Plantel pode mudar muito – nem é certo que o mexicano Layun continue – mas é preciso encontrar soluções financeiras
Desde 4 de abril, dia em que o FC Porto perdeu no Dragão com o Tondela, o último classificado, por 1-0, tem havido reuniões entre os responsáveis do clube, à procura de soluções, sobretudo tendo em conta a próxima época. José Peseiro tem estado a aconselhar essa preparação, mas não é certo que fique para a próxima época como disse Pinto da Costa na entrevista ao Porto Canal e nesse caso há quatro nomes em cima da mesa, entre possibilidades e sonhos: Paulo Sousa, Marco Silva, Jorge Jesus e André Villas-Boas.
Os dois últimos são quase impossíveis, apesar de alguns sinais dados pelo treinador do Sporting – ou gente próxima – de que poderia deixar Alvalade. Villas-Boas sai do Zenit mas deve manter a promessa feita à família de parar uma época.
Marco Silva foi contactado em janeiro mas não quis sair a meio de um projeto que lhe permitia ganhar, sem dúvidas já nessa altura, o primeiro título importante da sua carreira. Teria bastado pagar 1,5 milhões ao Olympiacos, mas o ex-treinador do Sporting não quis abandonar Atenas. No final da época é diferente. E até dava, provavelmente, uma guerra interessante – a de saber se a cláusula anti-FC Porto e anti-Benfica que Bruno de Carvalho incluiu no contrato de rescisão com o técnico tem validade…
Paulo Sousa, atualmente na Fiorentina, já no verão passado esteve na agenda de Pinto da Costa caso Lopetegui saísse, o que podia ter acontecido em face de algumas opções que foram feitas. Foi campeão em Israel e na Suíça (treinou também na Hungria) e em Itália começou bem, mas nos últimos tempos tem sido contestado (não ganha desde 21 de fevereiro). Como o foi na Suíça, a certa altura, porque as suas decisões deixavam dúvidas. Mas em Itália foi comentado um jantar com dirigentes do Zenit, clube interessado nos seus serviços.
José Peseiro implicado
Claro que uma derrota como aquela com o Tondela (ou duas seguidas, como a de anteontem em Paços) não dá saúde a nenhuma relação entre treinador e clube. Peseiro assinou por ano e meio mas sabia que seria feita uma avaliação no final da temporada. E sabia que só em caso de vitória no campeonato o contrato prosseguiria normalmente. Daí que esta semana, às perguntas várias, tenha dito que tem contrato até 2017.
Tenha ou não algo decidido, Pinto da Costa não o pode anunciar: porque o treinador está implicado nas decisões e porque urge preservar a autoridade do técnico até final. Não pode haver cenário pior do que aquele de estarem os jogadores sob exame e o treinador sob o cutelo.
Facto é que Peseiro tomou opções difíceis de explicar, como a troca, em Paços, de Layun por José Angel. Não explicou publicamente a não convocatória de Aboubakar e deixou Brahimi no banco no início. É verdade que “o processo”, como disse o treinador, deu sinais positivos, mas houve outros negativos, além do resultado, como a dificuldade em conseguir rematar na área adversária. E são dois meses e meio de trabalho sem frutos visíveis.
Layun não é certo
Em relação ao plantel da próxima época, está a ser tudo falado com Peseiro, que aprecia a qualidade atacante de Layún, mas encontra–lhe deficiências defensivas que desaconselham pagar 6 milhões de euros pela opção.
Certos são Maxi e Danilo e outros como André André, ou os mais novos como Chidozie, e os emprestados Otávio e Rafa. Pinto da Costa falou em Josué, mas há dúvidas nalguns setores e não falou em Gonçalo Paciência, cuja época em Coimbra está a ser abaixo das expectativas. Casillas casou-se e houve quem visse nisso uma escolha profissional ligada a uma possível ida do casal para os Estados Unidos.
De resto, a SAD precisa de arranjar soluções devido aos constrangimentos do fair play financeiro. E por isso admite negociar qualquer jogador. E claro que Adrián (cedido ao Villarreal), Quintero (ainda sem destino) ou Reyes (na Real Sociedad) estão no mercado – juntos representam mais de 30 milhões de investimento. Herrera e Brahimi estão também no mercado. A herança espanhola de Lopetegui (o guarda-redes Andres Fernandez, Marcano, Bueno) são outros casos difíceis de decidir
Fonte: DN