– Domingo de sol, lindo, aquele ONZE DE JUNHO DE MIL
NOVECENTOS E SETENTA E OITO. Num Domingo especial, desse tempo dos jogos de
futebol para o Campeonato da 1.ª Divisão Nacional aos domingos de tarde. Dia em
que finalmente vi o FC Porto ser Campeão Nacional de futebol sénior, ao cabo de
anos de espera. De cachecol azul e branco cruzado a tiracolo e emblema azul sobre
o peito, já com a legenda Campeão 77/78, entre a multidão que encheu
por completo o estádio das Antas. Algo que jamais se esquece!
Exatamente: 11 de junho de 1978. Um domingo que chegava finalmente. O do dia do célebre título tão esperado… e alcançado finalmente, então.
Naquele domingo quente de meio de junho, ao correr de 1978, um mar de gente encheu tudo o que era espaço possível dentro e fora do estádio das Antas. Numa azáfama e expetativa com os sentidos todos colados ao jogo dessa tarde, que era o último desse campeonato, perante a grande fé reinante de finalmente o Porto ser Campeão. E é que foi mesmo!
Com efeito, naquele dia 11 de Junho de 1978 o FC Porto venceu o Braga nas Antas por 4-0, sagrando-se campeão 19 anos após o último título nacional de futebol alcançado pela equipa principal do clube.
Ora, de tal tarde inesquecível, ainda parece que sentimos o sol abrasador a tisnar caras e dorsos ao léu de tanta gente da multidão que encheu as bancadas das Antas muito além da lotação normal. Estando lá também o autor destas recordações, tendo entrado no estádio horas antes, como todos os que quiseram arranjar um lugar entre a apertada mole humana, e ali esperamos tempos infinitos pela hora do jogo, com o sol de frente, apenas de cabeça protegida por um boné adquirido antes (que ainda está guardado entre recordações, algumas das quais aqui se mostram).
E parece que ainda sentimos o calor também do frémito sentido durante o jogo, até por fim finalmente sentir o Porto Campeão.
Depois foi tudo o que é quase impossível descrever a preceito e parece que ainda estamos a rever em su sítio.
Disso, em parte ainda falam ao sentimento, que sempre aflora à pele, algumas recordações físicas, quer do bilhete do jogo (rasgado pelos porteiros), como dum disco adquirido num vendedor tipo propagandista ambulante à saída do estádio. Mais o recibo de despesa de no fim irmos festejar, na passagem a caminho de casa já, curiosamente parando no café que ao tempo era do Oliveira (à saída da cidade pela subida para Rio Tinto). Conforme também ficou anotado de forma manuscrita pessoal.
Esse foi mesmo um campeonato vivido intensamente e acompanhado de muito perto. Conforme ainda atestam, como simples exemplos de tantos jogos, alguns bilhetes de jogos tornados importantes para o objetivo final. De cuja memorização os apontamentos pessoais anotados no verso dos mesmos dispensam mais indicações.
Pois então, sendo como foi coisa tão desejada e muito sentida, houve que adquirir livros e discos de tudo o que apareceu a vincar bem tamanha alegria… que continua ainda e sempre bem presente.
Desse alcance à medida dos sonhos, depois também o jornal O Porto fez reportagem à posteridade, de cuja publicação naturalmente se guardou o número semanal, como mais tarde um de edição extra especial. Tal como em livros coevos ficaram registados números e factos de tal caminhada.
Na calha da efeméride, na passagem da data, lembra-se assim a propósito esse célebre Título Nacional de 1978. Algo inesquecível. Eternamente gravado nas melhores memórias portistas.
Armando Pinto
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Este artigo foi originalmente publicado neste site