Pinga despediu-se publicamente como jogador de futebol a 7 de julho de 1946, em festa de homenagem e despedida a que se associaram os melhores jogadores portugueses desse tempo, formando um misto da Seleção Portuguesa diante da equipa do FC Porto como cabeça de cartaz do programa festivo.
Com efeito, esta é assim mais uma boa oportunidade de mais uma vez trazer à lembrança o “nosso” Pinga, já que por não ter jogado nos clubes de Lisboa é sistematicamente esquecido…
Ora, nesta ocasião, voltamos nossa celebração do presente através de mais uma recordação do passado. E que estrela essa refulge no além, projetando nos ares a grandeza do F. C. Porto! Fazendo memória, para o efeito, dum grande astro que sintetiza a grandiosidade do F. C. Porto, por sinal um Madeirense que não foi em ondas e cantigas de regime e se afeiçoou ao Porto, tornando-se numa das maiores referências históricas do F. C. Porto, considerado por verdadeiros desportistas, como foi, o melhor futebolista português – Artur de Sousa Pinga.
Se Pinga tivesse jogado por algum dos grandes clubes de Lisboa, e nomeadamente pelo clube de Salazar de outros tempos e dos Sócrates, Passos, Portas e Costas de agora, seria tido em conta com honras pátrias. Assim, tal como nossos patrícios o conheceram e deram testemunho, Pinga foi grande entre os maiores. A pontos de durante uns anos ter tido em sua honra uma estatueta, considerada troféu com seu nome; objeto esse que serviu de galardão mais significativo da Família Portista, o Troféu Pinga, antecedente do atual Dragão de Ouro.
Vem assim à lembrança fazer tão justa memória de tamanho símbolo clubista, como quem olha o céu, contemplando o universo azul a pairar sobre tudo o que em baixo fica. Evocando esse grande nome entre tantos gloriosos astros que honraram a sagrada camisola das duas listas azuis do F. C. Porto. Tal qual o F. C. Porto é o clube português com mais títulos oficiais em futebol, também teve nas suas fileiras o melhor futebolista português de tempos idos, pelo menos – por muitos considerado melhor que Eusébio e quejandos, até porque foi de tempos de menor projeção do futebol e menor realização de jogos de clubes e seleções, continuando a ser dos poucos lembrados desses tempos de antanho.
Em tal viagem ao passado, com os sentidos no futuro, procuramos mais uma resposta ao percurso grandioso do F. C Porto, com uns laivos de quão significativa foi, em seu tempo, a festa de despedida de Artur de Sousa, o nosso Pinga. Abrindo-se o peito com uma bonita reportagem inserta na revista Stadium, no respetivo número de 10 de Julho de 1946, numa graciosa edição de tal publicação lisboeta, in illo tempore…!
Melhor que mais considerandos, deixamos à vista algumas passagens da festa de homenagem a Pinga. Enquanto, clamamos também: Como depois houve uns Araújo, Barrigana, Hernâni, Pedroto, Virgílio, Américo, Cubillas, Madjer, Fernando Gomes, João Pinto, Jorge Costa, Vitor Baía, Casillas e alguns mais que se aproximaram em representatividade Portista como jogadores de futebol, e outros têm ficado na História em muitíssimas vitórias, Pinga merece algo que o perpetue junto ao Estádio do Dragão. Estando ainda a faltar, em frente ao estádio, por exemplo, um monumento que encarne com grandiosidade esses símbolos referenciais junto com um Dragão, como local de elo com a história e o coração… de sangue azul e branco!
Da referida publicação na antiga revista Stadium, ilustra-se esta lembrança com recortes da mesma, dividida em partes para melhor leitura, e por fim com imagem completa das duas páginas centrais, inteiras.
Curvando-nos perante sua memória, recordamos assim Artur de Sousa Pinga com algo de seu currículo desportivo, e algo mais também através de ficha da coleção pessoal.
Armando Pinto
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