Antero Henrique é, desde março de 2022, o diretor-desportivo da Qatar Stars League e foi nesse papel que participou no Thinking Football Summit, evento que se encontra a decorrer até sábado no Porto.
Numa conferência em que foi orador único, o dirigente explicou o início deste novo projeto, sublinhando o peso das experiências no FC Porto e no PSG para a seleção.
“Tinha uma experiência acumulada interessante, tinha estado num clube vendedor num mercado teoricamente vendedor e noutro teoricamente comprador. PSG é comprador, mas França é ainda um mercado vendedor. Esse conjunto de experiências contribuíram para ser selecionado. Todos estes cargos são sujeitos a concursos internacionais, há um conjunto de candidatos que se propõem, há seleção e nessa seleção contribuem as experiências. O desafio é de gestão de uma liga profissional, que tem primeira e segunda ligas. Como o Qatar não é um país com uma grande presença de população, há necessidade de transformar a segunda no suporte da primeira enquanto espaço de recrutamento”, explicou Antero Henrique, antes de desenvolver sobre o trabalho que tem levado a cabo no Qatar.
“O desafio foi tornar a Liga mais competitiva e depois desenvolver processos a que levassem a que essa competitividade aumentasse. Qatar investe largamente no desporto e quer ser um player importante nesta plataforma mundial. O futebol tem de viver em paralelo com outras realidades existentes no Mundo”, referiu.
Apesar de ser um país no qual o investimento tem vindo a aumentar exponencialmente, Antero Henrique ressalvou que o objetivo passa por manter algum realismo na abordagem, sem entrar em grandes loucuras.
“A nossa liga não terá grandes diferenças em termos de massa salarial para Portugal. É uma liga competente, que desempenha bem ativos e procura recrutar de acordo com as necessidades”, explicou.
Neste sentido, há critérios apertados no processo de recrutamento, tal como vincou o dirigente. “A Qatar Stars League não é uma liga de chegada. Os ativos têm de continuar a ter valor de mercado. O que procuramos é que o valor do mercado dos jogadores que chegam seja realista. A nossa média de idades é igual à inglesa e está um ano acima da portuguesa. Portugal 25,5, Premier League e a Qatar Stars League à volta de 26,6 meses. Em termos de idade, a média é saudável. O que contribui são critérios utilizados na contratação de estrangeiros. Dos 7 estrangeiros, dois são sub-21”, frisou.
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