Declarações de Pinto da Costa, presidente do FC Porto, a encerrar a gala “Dragões de Ouro”, esta quinta-feira.
Discurso inicial: “Compreenderão que depois de tudo o que aqui vivemos, depois do reviver a história do FC Porto, que é muito difícil para mim falar. Não gosto nunca de escrever o que terei de dizer, gosto e permito que o meu coração, com a confiança que tenho de ter aqui os meus queridos médicos, dite para dizer o que me vai na alma. Neste dia tão especial, em que vivemos momentos de muita alegria e emoção, direi que dividirei em três partes a minha conversa convosco. Três partes, o passado, o presente e o futuro. O passado é glorioso, de 130 anos completados hoje. Quando a 28 setembro de 1893 o António Nicolau D’Almeida fundou o FC Porto teve logo a visão de que estava a criar um clube que havia de passar as barreiras da cidade, ultrapassar as fronteiras do pais e de ser embaixador de Portugal no Mundo, por isso escolheu para as cores do clube o azul e branco, que eram as cores da bandeira de Portugal. Todos sabemos que temos um passado longo, com milhares de vitórias, milhares de conquistas, taças e troféus, os mais variados objetos que hoje enchem o nosso maravilhoso museu. Foi um passado de que todos nos devemos orgulhar. Foi criado, vivido e legado por dezenas, centenas, milhares de dragões. E como hoje é um dia especial, naturalmente que para todos e para mim também, ou ainda mais, porque estamos a falar do passado e porque um clube sem memória é um clube sem alma – porque temos uma alma do tamanho do mundo, permitam-me que evoque aqui quatro nomes de quatro presidentes com quem tive a honra de colaborar como dirigente: o senhor José Maria Nascimento Cordeiro de 1962 a 1965, o senhor doutor Cesário Bonito, de 1965 a 1967, o senhor Afonso Pinto de Magalhães, de 1966 a 1980 e o doutor Américo de Sá, de 1976 a 1980. Quatro presentes que me ensinaram muito, caráteres distintos, maneiras diferentes de orientar, mas todos eles com um denominador em comum: espírito de servir, espírito de ser útil e ajudar todos os que fazem parte do clube, e uma paixão enorme pelo FC Porto. Quero evocar e agradecer tudo aquilo que me ensinaram para eu poder levar esta nau.”
Lembrar os que já partiram: “Estamos hoje numa gala dos Dragões de Ouro e porque apresentamos um naipe excecional e senti que todos receberam o prémio com emoção permito-me, ainda estando no passado, referir o nome de alguns que não estão connosco fisicamente, mas no nosso coração e pensamento e que neste e noutros palcos receberam com o mesmo orgulho o Dragão de Ouro: os atletas Virgílio Mendes, Hernâni Ferreira da Silva, Carlos Duarte, Fernando Gomes, Rui Filipe e Alfredo Quintana. Foram atletas que como os que hoje aqui estiveram receberam o Dragão de Ouro. Queria evocar a sua memória e da mesma forma que todos aqueles que têm responsabilidade em qualquer lugar, por menos importante que pareça, de dirigir o FC Porto queira também evocar os Dragões de Ouro como dirigentes foram merecedores e são exemplos: Sardoeira Pinto, Adolfo Roque, Paulo Nunes de Almeida, Reinaldo Teles, Pôncio Monteiro, Luís Teles Roxo, Armando Pimentel e a Maria Luísa Teles foram dirigentes de eleição que receberam o Dragão de Ouro.”
Palavra aos presentes na gala: “Vivido este passado que nos enche de orgulho, passamos ao presente, o presente é de esperança, de fé, de certezas porque quem consegue numa sala destas ter a sala repleta com pessoas que fizeram questão de aqui estar tem que ter confiança e estar orgulhoso do presente. Todos vós estão aqui porque nós vos convidamos porque queríamos que aqui estivessem. Mas só estiveram aqui porque quiseram estar e dar-nos a honra de estar presentes. Da mesma forma os que são e os que não são do FC Porto e para esses um agradecimento muito especial pelo significado que tem a vossa presença pelo respeito e carinho que têm pelo FC Porto.”
Presente do FC Porto: “O presente está garantido com a pujança das nossas equipas, com o aumento sucessivo dos nossos adeptos de norte a sul do país, com o aumento de associados. Um pequeno pormenor: quando entrei na minha juventude para sócio do FC Porto, recebi o cartão com o número 26636. A 14 de setembro, nasceu-me o quinto neto, sou penta-avô, inscrevi-o como sócio e recebeu o número 127220. Isto quer dizer como nós crescemos, como temos cada vez mais adeptos, mais fidelidade nos nosso sócios, tenho de acreditar no presente, quando vejo desfilar os dragões de ouros que por aqui passaram tenho de acreditar que o nosso presente é muito sólido e muito bom.”
Fonte: Jornal OJOGO