A morte da avó: “Em 2014 tive um choque emocional que foi a morte da minha avó e só recuperei em 2016/2017. Tive que procurar ajuda de um treinador porque não queria mais jogar futebol, não sentia alegria, nem vontade de ser o que sempre fui. Foi muito difícil porque foi a minha avó que me criou. Sofri muito com isso.”
Depressão: “A minha família apoiou-me, mas fiquei descuidado. Ouço jogadores de futebol falarem sobre depressão e isso aconteceu comigo. Foram dois anos e meio sem saber o que fazer, sem poder desfrutar do futebol, que é a minha vida. Isso custou-me muito. Mas agradeço à minha família porque consegui seguir em frente.”
A doença do avô: “No final de 2016 [foi na pré-época de 16/17] estive em Portugal e tive uma experiência com um treinador [Nuno Espírito Santo] que não me queria deixar jogar. Talvez me visse mal por causa dessa situação e tudo o que eu queria era jogar e encontrar a felicidade. Nessa altura, soubemos de uma doença do meu avô e resolvi voltar para a Colômbia para realizar o sonho dele, e o meu também, de jogar pelo Independiente Medellín. Isso foi impagável para mim. Talvez não compreendessem, mas deixei-me guiar pelo coração.”
O que disseram no FC Porto quando disse que queria ir embora: “Lembro-me muito que o treinador disse que me queria na equipa, mas disse algumas palavras que não vou esquecer, que foram: “Quero que jogues 25 minutos. No dia em que estivermos a perder, entras e resolves e no dia em que estivermos a vencer por quatro ou cinco golos, fazes um túnel e fazes as pessoas divertirem-se”. Palavras muito bonitas, mas não, eu queria era competir. Se me deixas competir, ok. Se não… não sou palhaço. Então, por causa daquela situação, até agradeço aquele treinador porque sem perceber deu-me força interior para tomar a decisão de voltar à Colômbia e ser feliz novamente”
Quem era o técnico: “Não, não é necessário… Desejo-lhe o melhor. Não tenho nada contra ele, ele disse o que sentia e tudo bem. São formas diferentes de ver a vida e o futebol. E agradeço-lhe porque ele despertou em mim aquele espírito de criança lutadora e disse: ‘Pouco me interessa estar na Europa, no FC Porto, vou para o meu país onde vou ser feliz, quero que o meu avô me veja’. Desisti de muitas coisas, mas para mim foi a melhor decisão que tomei. O sonho de criança é sempre ir para a Europa, mas abri mão de um bom contrato e foquei-me mim mesmo quando surgiram muitas críticas. Diziam que era um fracassado.