Em janeiro de 1977 Teófilo Cubillas despediu-se do FC Porto
e regressou ao seu país natal, Peru, e ao clube de origem, o Alianza de Lima.
Ficando “Cubilhas” (como se lia e era conhecido pela leitura
associada à língua castelhana) no coração do mundo azul e branco e da memória
portista. Transferido por vontade do futebolista, desejoso de voltar ao seu país, e com acordo monetário lucrativo do FC Porto.
Contratado em finais de 1973, ainda quando Pavão era vivo e para cuja contratação esse mesmo então “Capitão” da equipa do FC Porto também contribuiu (na campanha de angariação de verbas que possibiltaram a respetiva aquisiçção), Cubillas veio em Janeiro de 1974 para o Futebol Clube do Porto, em plena presidência do Dr. Américo Sá.
Teófilo Cubillas foi um dos estrangeiros mais queridos da
massa associativa do FC Porto, um dos futebolistas mais apreciados entre os
adeptos do clube azul e branco das Antas. Sendo, entre os futebolistas nascidos no estrangeiro, um dos mais históricos
jogadores que tiveram o emblema do FC Porto ao peito, tal como antes ficaram na
História do FC Porto uns Siska, Kordnya, Jaburu, Gastão, Luís Roberto, Azumir, Amaury, Flávio, entre
alguns mais, sobretudo, e entretanto também uns Duda, Ademir, Celso, Madjer, Juary, Młynarczyk, Deco, Lucho,
Lisandro, Helton, Guarin, Rodriguez “Cebola”, Hulk, Falcao, Casillas, Pepe, etc.
Cubillas, que havia brilhado no Campeonato de Mundo de seleções
em 1970 no México, como um dos craques famosos do universo do futebol mundial,
chegava então ao Porto envolto numa aura de futebolista famoso. A ponto de ter
sido surpreendente a sua contratação para o FC Porto, através da ação
empreendedora do então Chefe de Secção do Departamento de Futebol do FC Porto, Joge Vieira. De modo que até uma revista como a FLAMA, publicação então do regime
do Estado Novo e que, além das áreas de espetáculos de televisão, cinema e teatro, tal como aspetos sociais da vida nacional e internacional, mais religião, etc, quanto a temas desportivos dedicava a maior parte das atenções aos clubes de
Lisboa e arredores, mesmo essa publicação imprimiu e propagou, logo em março
seguinte, uma reportagem sobre Cubillas – conforme ficou impresso no seu número
semanal de 22 de março de 1974.
Cubillas esteve no FC Porto entre janeiro de 1974 a janeiro
de 1977, havendo chegado a meio da época de 1972/1973, com Jorge Vieira, e saído também a meio da
época de 1976/1977, já com Jorge Nuno Pinto da Costa na chefia do Departamento de Futebol das Antas, na gerência do Presidente Américo Sá. Havendo pelo meio esse Cubillas “camisola n.º 10 do FC Porto” deixado seu perfume futebolístico de
grande classe.
Teófilo Juan Cubillas Arizaga, nascido no Peru, em Puente Piedra, a 8 de março de 1949, foi considerado o melhor jogador
peruano de todos os tempos, um dos maiores jogadores da América do Sul e chegou
a integrar a lista da FIFA dos “50 Melhores Jogadores de Sempre”. Entre 1974 e
1977 passou pelo Futebol Clube do Porto, e foi, com certeza, um dos melhores
jogadores de sempre a vestir de azul e branco e um dos maiores futebolistas que
passaram pelo Campeonato Português.
Depois de ter representado no seu país o Alianza de Lima e
na Suíça o Basileia, veio para o FC Porto. Contratado em finais de 1973,
através do pagamento de 5600 contos de luvas e um ordenado mensal de 125 contos,
mediante soma angariada por campanha de subscrição pública realizada entre os
sócios e adeptos portistas. E em Portugal apenas não foi Campeão, por factos
estranhos ao futebol jogado, como aconteceu num célebre jogo em Alvalade, em
Março de 1974, em que por erros grosseiros de arbitragem foi retirada essa hipótese
ao FC Porto, entre diversas outras ocorrências. Venceu contudo uma Taça de
Portugal, tendo efetuado ainda dois jogos da série das duas primeiras eliminatórias que
levaram à conquista da Taça de Portugal de 1976/1977. Tendo a meio dessa época
regressado ao Perú em janeiro de 1977, após ter sido homenageado pelos seus
colegas e pelo clube. Onde tinha realizado 109 jogos e marcado 65 golos.
Esse ano de 1977, assinalado pelo regresso do FC Porto aos
títulos depois de 9 anos de jejum, ao conquistar a Taça de Portugal (de novo
com José Maria Pedroto, como acontecera com a anterior de 1967/1968), ficou
assim também marcado pela despedida de Cubillas, que já não esteve presente na
parte final da Taça de Portugal em 1977.
Então, a 24 de
janeiro de 1977 (a seguir ao jogo Vitória de Guimarães-FC Porto, que a equipa portista venceu com 1 golo de Duda e no qual Cubillas já não jogou), o Peruano Teófilo Cubillas deixou o Porto cidade e clube para regressar
ao seu clube de origem, Alianza de Lima. Como ficou registado no jornal O Porto
em artigo da lavra de Carvalho Couto, em seu número de 26 de janeiro de 1977.
Armando Pinto
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Este artigo foi originalmente publicado neste site