No dia 30 de janeiro de 1911 faleceu José Monteiro da Costa, obreiro do renascimento do FC Porto em 1906. Tinha apenas 29 anos, então quando desapareceu do mundo dos vivos.
Estando-se por aqui em maré de efemérides, calha ser ocasião de lembrar o desaparecimento físico do refundador do FC Porto, do homem que pegou na ideia de António Nicolau de Almeida, em 1893, e fez com que o projeto continuasse. Após os primeiros tempos de existência clubista do FC Porto, entretanto ficado em banho-maria por a esposa do fundador não simpatizar com desporto. Tendo José Monteiro da Costa em 1906 dado nova vida ao clube, em modo decisivo.
Ora, José Monteiro da Costa, com a revitalização do clube portista empreendeu a organização da coletividade que passou a ter por cor principal o azul, que vigorava no país real, nesse tempo da Monarquia. Tendo ele então vivido na transição para a República, mas acabou por falecer jovem ainda nos princípios do novo regime político português, saído da revolução republicana do 5 de Outubro de 1910. Não chegando assim Monteiro da Costa a afeiçoar-se às novas cores da alterada bandeira nacional, entretanto instituída meses depois – já que a nova bandeira nacional foi ratificada pela Assembleia Nacional Constituinte, na sua sessão inaugural, a 19 de junho de 1911. Continuando no Porto, porém, a cor azul e brilhar na bandeira e nos equipamentos do FC Porto, na justa lealdade que é apanágio da Invicta. À imagem do que cantou Camões n’ Os Lusíadas (no canto VI, est. 52), referindo o Porto, terra de onde saíram os Doze de Inglaterra, no famoso episódio cavalheiresco: «Lá na leal cidade donde teve / Origem (como é fama) o nome eterno / De Portugal …»
Armando Pinto
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