Candidato à presidência do FC Porto responde a questão sobre a falta de poder de compra em comparação com os rivais
Questionado esta quinta-feira por alguns sócios do FC Porto, na ação de campanha em Penafiel, sobre a falta de poder de compra do clube em comparação com os rivais Benfica e Sporting, André Villas-Boas fez algumas revelações sobre a saúde financeira da SAD portista.
“Quando nos sentamos com a banca internacional, com grandes bancos internacionais, e perguntamos se havia conflito de interesse ou se o FC Porto já tinha lá estado, disseram-nos que não. Portanto, a banca internacional também quer ouvir-nos. O FC Porto não ter dado esse passo e estar a dar este passo com fundos ligados a pessoas que estão na candidatura do presidente para o futuro é promíscuo, na minha opinião”, arrancou o candidato, recebendo logo um forte aplauso.
“E é revelador, de certa forma, do que temos vindo a constatar, de que o FC Porto tornou-se numa máquina de interesses paralelos, de interesses alheios. Este cenário de saúde financeira é perigoso, sobretudo do ponto de vista operacional e de cash flow imediato”, acrescentou, muito provavelmente referindo-se ao empréstimo feito pela atual direção junto da Quadrantis.
“A tomada de posse será dada em maio, com a época a decorrer e tudo passará por uma análise profunda, de quando chegarmos, para sabermos a realidade e a situação atual. Esse é um caso que queremos resolver com reestruturação da dívida, mandá-la para maturidades mais longas. O acesso ao crédito não nos parece difícil, porque há muitos bancos e fundos interessados no FC Porto. O problema é que o FC Porto já está a vender parte do seu coração, que é a Porto Comercial, a um fundo que está por esclarecer”, disse ainda André Villas-Boas, prosseguindo com as medidas que já tomou.
“Daí que eu tenho esclarecido a comunicação social, que esta candidatura pediu esclarecimentos à SAD do FC Porto para que possa dizer aos sócios o que é que realmente se passa, tendo em conta as questões que a gente tem levantado na nossa sede de candidatura, para que possamos saber e enquadrarmos para o futuro sobre o melhor caminho a tomar”, disse ainda, deixando boas perspetivas para o futuro caso vença as eleições.
“Isso iremos encontrar. Isso passará, sobretudo, por uma análise profunda, sobre a situação atual. Há uma coisa que eu gostava de dizer. É que, na fase em que o FC Porto se encontra, do ponto de vista de crescimento, eu acho que temos um futuro aberto de crescimento muito maior e promissor. Seja do ponto de vista das pessoas, da criatividade das pessoas que estão na organização, da produtividade das pessoas que estão na organização, porque as mesmas… Nós queremos acreditar que se irão identificar com esta nova liderança de uma forma pela qual não se sentem identificados neste momento. Posso estar a dizer uma barbaridade e ser uma falta de respeito para com os atuais, mas é o entendimento que eu tenho da situação”, rematou.