André Villas-Boas, com o coração ao peito pelo FC Porto, garantiu numa intervenção em Argoncilhe, pertencente ao município de Santa Maria da Feira, que não pretende “acabar com os Grupos Organizados de Adeptos (GOA)”. No entanto, mostrou-se determinado em apurar a veracidade das alegações no caso polémico dos ingressos. Informou que, se for eleito, assumirá um papel ativo no processo de investigação.
Villas-Boas expressou: “Não quero acabar com os GOA. Quero saber em profundidade porque saíram ‘x’ número de bilhetes que deviam ter dado ‘x’ milhares de euros e eles não vieram. Vou colocar-me assistente do processo que está em curso, enquanto direção, para perceber o que aconteceu ao dinheiro.”
O treinador convertido em candidato apontou a claque de um GOA por ter obtido de forma indevida um grande número de bilhetes, prejudicando as casas e associados do clube. De acordo com Villas-Boas, a revolta entre os sócios surgiu porque vários adeptos acamparam em longas filas para obter bilhetes enquanto membros da claque conseguiram mãos-cheias de ingressos sem estarem na fila. Isto é, segundo ele, uma reclamação constante.
O seu plano passa por se reunir com as claques do FC Porto para ouvir as partes envolvidas. Embora os reconheça e respeite, argumenta que qualquer privilégio excessivo será limitado.
“Os outros associados não são beneficiados porque as claques têm acesso privilegiado aos bilhetes. Casas e associados revoltaram-se por causa disso. Casas tiveram que comprar bilhetes a elementos de claque… tudo cenários que estavam a acontecer. Trata-se de igualar privilégios. Respeito em absoluto o movimento das claques, o movimento de ir cantar para o estádio, enquanto miúdo também ia para a superior sul… Mas os outros associados também têm esse amor profundo, não é preciso estar na claque para ter esse amor profundo. O que querem é acesso igual aos bilhetes, coisa que não aconteceu nos últimos anos. Vou sentar-me com as claques, mas o que passar do limite da razoabilidade, vou cortar”, concluiu Villas-Boas.