Francisco Vieira de Carvalho referiu esta segunda-feira que João Koehler e Pedro Pinho estão no negócio
O executivo da Câmara Municipal da Maia aprovou, na tarde desta segunda-feira, com o voto contra dos vereadores do Partido Socialista (PS), a alienação em hasta pública da área de 140.625 m² de terreno, na freguesia de Nogueira e Silva Escura, desejada pelo FC Porto para a construção da academia para a formação. O valor base de licitação será de 3,36 M€.
Francisco Vieira de Carvalho, vereador do PS, lançou dúvidas sobre os 10 hectares que estão na mão de privados e que terão sido comprados pelo clube azul e branco. “Como as notícias agora são muitas, fala-se que o FC Porto começou as obras, que é dono de vários espaços já. Já terá comprado 90 e tal mil metros quadrados. Ao que eu ouvi, é tudo uma história, porque, quem de facto comprou, foi um empresa de Braga que se chama ABB. Foi quem comprou os tais hectares que o FC Porto diz que são dele. Ou seja, não sabemos bem quem é o dono de quê ou quem fica com o quê. Está perfeito lúcido para todos que o uso vai ser da FC Porto SAD, pelo menos é isso que é público, agora, quem vai ser o dono, quem faz a construção ou quem arrenda ao público, pelo que tenho visto e é público, não é o FC Porto que faz, são pessoas externas. Nomeadamente, pelo que tem sido visto na Imprensa e pelas pessoas que estão em cima desta compra, é a empresa ABB, de Braga, de Gaspar Borges, embora tenha comprado com uma empresa de imóveis que se chama Irmãos Borges 2, por acaso tenho o registo em minha posse disto. Portanto, tudo aquilo que andam a dizer que as máquinas já entraram é confuso para nós enquanto autarca, porque depois vou lá aos sítios porque não corresponde”, disse.
“Sei que há duas pessoas, gestores, de quem nada tenho contra, que estão envolvidos neste processo. Um é o novo candidato a ‘vice’ do FC Porto, João Koehler, que é um distinto gestor da praça do Porto, estará metido neste negócio. Se for comprado por alguém que faça a obra e depois arrenda ao FC Porto por um preço alto, estamos aqui a ver negócios da China. Depois, há um outro empresário que tem estado aqui muito ativo, também muito conhecido junto do Porto, que é o Pedro Pinho, que também, pelos vistos, estará aqui com o [Gaspar] Borges e com o Koehler em conjunto, para que isto seja feito. Ao fim deste tempo e quando isto vai a hasta pública, que vai ter apenas um uso, porque é uma pessoa só que tem interesse nisto, que é o FC Porto, vemos que o FC Porto é que vai usar, mas existe um negócio antes disso, que é a compra desses imóveis, que já foram comprados pela empresa Borges, que depois assume a obra. Como sabem, a empresa ABB é que fez o centro de estagio em Braga e que, pelos vistos, a ideia é algo do género para a Maia. É uma questão que importa ver, porque as notícias são muitas e confunde os autarcas e o povo da Maia, a quem devemos, que querem saber como é que isto está”, prosseguiu.
“O ponto 2 prende-se com a verba em que começa a hasta pública, porque sempre tem um número base, no caso aqui que temos não. É um fato à medida, porque existe apenas uma pessoa que quer isto. Não há mais ninguém que queira este espaço e quando pomos um preço base deste, que obviamente vai ser feita pelo preço base apenas e só, estamos a pôs um importante imóvel à venda a cerca de 23 euros o metro quadrado, que, conforme toda a gente sabe, felizmente para nós, Maia, não existe imóveis a este preço. Os números andam acima disso, o que é bom para quem investe cá, quer para as pessoas que são donas dessas imóveis da Maia também vendem a um preço mais alto. As várias hastas públicas que a Câmara tem feito, e bem, são números que que nada têm que ver com os números destes. A Maia não pode passar estar em saldo, nem passar a ideia de estar em saldo ou ser quase dado”, completou.
A proposta, recorde-se, terá agora de ser ratificada em Assembleia Municipal, que ocorrerá apenas na próxima segunda-feira. O período de licitação arrancará depois da decisão ser publicada em Diário da República e, a partir dessa data, levará 20 dias seguidos até terminar.