Declarações de Paulo Futre à margem do jantar comemorativo dos 42 anos de presidência de Pinto da Costa no FC Porto, que se realiza esta terça-feira, no Casino de Espinho
Sobre Pinto da Costa: “Toda a minha vida com este homem, porque sem ele eu não estava aqui. Se os sócios do FC Porto são ingratos com este enorme campeão e único… na hora da votação serão, para mim, a pior massa associativa do Mundo. Nada, ninguém, e vou-dizer pela primeira vez, nunca disse isto publicamente, quem lhe meteu alcunha de Papa, para mim foi o maior orgulho, porque este homem é o Papa do futebol mundial. Pelos milagres que fez, foram muitos. É a primeira vez que estou a dizer, porque é o Papa, no nome do futebol português, do futebol mundial. E se, por acaso, não ganhar, é um dia terrivelmente triste para mim e para o FC Porto, para a cidade. Acho que a mística termina. Eu não quero falar mal dos outros candidatos, são grandes candidatos, grandes portistas, mas este é o meu pai.”
Pinto da Costa como pai desportivo: “Tive dois, o Aurélio Pereira, o homem que me descobriu. E recordo-me, quando começou a sair nas páginas jornais que eu ia ser emprestado, o meu pai disse-me: ‘vais ser emprestado um ano, mas se não der nada, no próximo ano estás a trabalhar de bate-chapas’. E a minha vida seria mecânico. Melhor, 99% a minha vida seria mecânico e não jogador de futebol. Porque eu era um rebelde, imagina se vou para a Académica. Seria o rei da noite, não é? O futebol passava em segundo plano. Eu aqui abusei, durante um ano e meio, até conhecer a mãe dos meus filhos, Isabel. E quando abusava, ia lá acima, e ele só me dizia, aqui a fera dizia: ‘Paulinho, não estás a abusar?’ E nos próximos dois meses eu não saia de casa. Por isso, cheguei onde cheguei.”
Pinto da Costa agradece palavras de Futre
“Naturalmente, foi um jogador que chegou aqui, venceu, conquistou toda a gente, toda a massa associativa, pelo seu temperamento, pela sua irreverência, pela sua grande qualidade de jogador, que eu penso que o futebol português ainda não conheceu devidamente, porque ele é um dos maiores jogadores portugueses de todos os tempos. São histórias que eu guardo para mim, o Paulinho contou estas, mas eu não gosto de contar, porque são histórias que envolvem outros. Mas foi realmente assim como ele disse e ele teve um comportamento, veio para aqui com a fama de rebelde, mas teve um comportamento… exemplar não terá sido, mas ótimo. Porque sabia ouvir, sabia reconhecer quando se esticava um bocadinho e depois dentro do campo mostrava aquilo que era, porque tinha o cuidado necessário para se manter permanentemente em forma. Sobretudo para levar a pancada como levava em todos os jogos, porque driblava de uma maneira que só a pancada é que travava.”