Américo e sua aura de grande guardião da baliza do FC Porto –
reconhecido com os galardões “Baliza de Prata”, “Trofeu Pinga” e “Dragão de
Ouro”, entre outros prémios, além de ter recebido uma distinção do Estado
Português mediante atribuição dum Louvor da Direção Geral dos Desportos – vai
ser tema de homenagem patente em exposição no estádio do Dragão, na Sala Multiusos
exterior ao Museu do FC Porto.
Faltam poucos dias, já, quando são escritas estas linhas,
para a abertura da exposição sobre o eterno Guarda-redes Américo. Uma exposição
que promete ser fora do normal, visto esta ser à base de “coisas” que foram do
próprio homenageado da exposição, em boa quantidade e qualidade, com recordações
pessoais dele, como também “relíquias” e objetos de estimação que ele guardou e legou de
sua carreira.
Com efeito, a partir de 26 de outubro, a vida do lendário
guarda-redes será partilhada através de uma sensacional coleção doada pelo
antigo jogador ao Museu do Futebol Clube do Porto.
Assim sendo, atente-se na apresentação noticiosa entretanto
difundida pelo Porto Canal e algumas agências de notícias:
«A nova exposição temporária do Museu Futebol Clube do Porto
é uma oportunidade única e inédita de revisitar Américo (1933-2023), o seu
percurso e a sua marca profunda no clube, através do contacto com peças de
coleção e outras raridades colecionadas pelo próprio jogador. Dos sonhos de
juventude à grandeza dos deuses, o guarda-redes protagonizou uma história de genuíno
amor ao FC Porto e à profissão de futebolista, construindo uma imagem
inspiradora que prevalece no imaginário azul e branco. Bravura, superação,
ambição, respeito e companheirismo, tudo qualidades de um lendário das balizas
que jogou e viveu em sintonia com a família, o FC Porto e as causas do FC
Porto.
Campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal pelos
Dragões, Américo recebeu um Louvor do Estado e foi agraciado com as mais altas
distinções do clube, com destaque para o Troféu Pinga e o Dragão de Ouro.
Dentro e fora dos relvados, levantou troféus, juntou alegrias e muitas
lembranças preciosas da forma como representou e viveu o clube e o desporto,
cumprindo-se a vontade de, após a sua morte, ser doada ao Museu FC Porto a
sensacional e diversificada coleção de objetos e documentos que foi reunindo,
sobretudo, ao longo da carreira desportiva.
Na Sala Multiusos (entrada livre), com abertura ao público
anunciada para 26 de outubro e a decorrer até 28 de fevereiro de 2025, a
exposição temporária Américo parte de um álbum de fotografias – e de um outro
de recortes de jornais – para partilhar o mundo do antigo guardião, sem deixar
de o enquadrar na longa linha do tempo da existência do clube, entre os
lendários como ele e outros guarda-redes, talvez menos óbvios, chamados à
baliza da equipa principal do FC Porto, desde a fundação do clube, em 1893.»
(Texto: Porto Canal / Agências)
Ora, Américo foi o meu grande ídolo de infância, de quando
eu comecei a interessar-me pelos jogadores que saíam embrulhados em rebuçados
baratos, para colecionar em cadernetas (vulgo cromos), quando especialmente comecei
a gostar do meu Porto e o Américo era o “Américo do Porto”, quem lá atrás na
baliza defendia o que podia para evitar golos contra o Porto. E como ele
defendia!
Depois, muito mais tarde, quando passei a escrever no mundo digital
da blogosfera e fiquei a ter um blogue meu, houve contacto virtual logo no meu
primeiro “blog” (que depois foi anulado por adeptos de clubes adversários, que o
conseguiram tirar da Internet, por lhes fazer comichão à mania do sistema…). Tendo
eu logo passado a narrar aspetos da carreira de Américo e por extensão acabamos
por ficar amigos, com ele a imprimir as minhas crónicas (como eu soube e vi
mais tarde, ainda), incluindo ter chegado a pedir-me mesmo envio de imagens
fotográficas, das que eu tinha colecionado. Continuando ainda a ter acompanhado
o meu segundo e atual blogue, este de Memória Portista. Até que um belo dia
estive em seu museu, em sua casa, junto com um grupo de amigos ganhos também
com nossa convivência através de blogues portistas e também encontros de
adeptos. Havendo então tido diante dos olhos o seu espólio, o acervo físico que
tanto representava emocionalmente. Algo que agora poderei também rever, quando
já não é possível haver os contactos que fomos mantendo. Desaparecido
entretanto do mundo dos vivos, como me pude despedir dele há pouco mais de um
ano, mas contudo sempre lembrado. Voltando com a exposição a sentir sua
presença e o que ele representava e significará sempre.
Por isso esta próxima exposição será também especial para mim. Mas não só…!
Este artigo foi originalmente publicado neste site