“Foi para futebóis que não têm a ver com ele”
Quaresma é mesmo um tipo caseiro, já que é no Dragão que mais tem rendido. Senão vejamos: 15 dos 19 golos que marcou e oito das dez assistências que tem neste último ano e meio foram em casa. A tendência acentuou-se esta época: nove dos dez golos e cinco em seis assistências no Dragão, as últimas para Jackson bisar na receção ao Gil Vicente.
Jesualdo Ferreira treinou Quaresma durante duas épocas na primeira passagem do jogador pelo FC Porto e diz que “pode haver inúmeros fatores” para justificar este números. “Seria especulativo encontrar uma razão objetiva para isso acontecer. Parece-me uma coincidência, honestamente. Se calhar, jogou mais tempo em casa do que fora”, começou por dizer-nos. Mas não; Quaresma até foi utilizado em mais jogos fora (21) do que em casa (20)…
Contudo, Jesualdo Ferreira consegue apontar um fator importante na avaliação desta estatística do seu antigo jogador. “Apesar de ser quase sempre dominador, o FC Porto fora de casa acaba por atacar menos do que em casa, onde o balanço ofensivo é maior, e isso favorece o estilo de jogo dele”, explicou.
Atualmente ao serviço do Zamalek, do Egito, o professor lembra que Quaresma “nunca foi um grande marcador de golos”, mas teve sempre “grande participação, direta e indireta, nos golos que o FC Porto marcava” nos tempos em que esteve à frente da equipa. Passados sete anos, Jesualdo diz que Quaresma “é tudo aquilo que era” em termos de qualidade, mas lamenta que não tenha conseguido outra carreira. “Desde que saiu do FC Porto não teve uma carreira contínua, e isso foi marcante para ele. Foi para futebóis que não têm nada a ver com ele…”, atirou. Por isso, diz, o extremo “foi perdendo algumas capacidades”. “As coisas estão lá, mas poderão não sair com a mesma competência. Acontece com todos, mas o perfil dele atualmente é o mesmo de sempre”, frisou.