Benfica e FC Porto são os únicos clubes fora das cinco grandes ligas europeias a aparecer entre os 20 que mais ganharam com transferências nos últimos sete anos.
Os dados são do Observatório do Futebol (CIES) e estão incluídos no último estudo da entidade, agora revelado, o qual contabilizou as verbas gastas em transferências pelas equipas das cinco maiores ligas europeias (Espanha, Inglaterra, Itália, Alemanha e França).
Com Liverpool, Valência e Juventus nos três primeiros lugares dos clubes que mais ganharam com transferências entre 2010 e 2016, o Benfica aparece no quarto lugar, com 414 milhões de euros, e o FC Porto na quinta posição, com 382 milhões de euros.
Quanto a gastos, com a exceção de 2012, os clubes das maiores cinco ligas europeias gastaram mais ano após ano. Em 2010, a despesa foi de 1,5 mil milhões de euros, somando as janelas de transferências de inverno e de verão. Em 2016, e apenas no mercado de verão que recentemente fechou, o estudo contabiliza gastos de 3,7 milhões de euros nas cinco maiores ligas europeias – Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália e França.
O clube que mais dinheiro investiu entre 2010 e 2016, nada menos que mil milhões de euros, foi o Manchester City, desde 2008 propriedade de um grupo árabe. Aliás, como o Chelsea, que é o segundo da lista, num pódio inteiramente inglês, que fica completo com o Manchester United. O primeiro clube não britânico neste ranking é outro dos novos-ricos do futebol europeu: o PSG.
Olhando apenas para 2016, o ranking varia um pouco, mas não muito. O Manchester City continua na frente, com gastos estimados de 231 milhões de euros, o segundo lugar é do Manchester United, com 185 milhões. A Juventus é terceira, à custa da contratação de Gonzalo Higuain ao Nápoles, por 90 milhões de euros. O Barcelona surge na quarta posição e o Chelsea é quinto.
Outra das tendências claras da análise aos gastos dos grandes da Europa é a de que o dinheiro tem tendência a ficar “em casa”. No período analisado, quase dois terços das verbas gastas foram pagas a outros clubes das cinco grandes ligas europeias, sendo que do total de 19,4 mil milhões gastos neste período, 6.6 mil milhões foram para clubes do mesmo campeonato, o que representa 34 por cento do valor total.
O estudo liga essa “capacidade excecional” dos dois clubes portugueses ganharem dinheiro com transferências “ao seu prestígio e competitividade, mas também às alianças estratégicas construídas com intermediários chave e com investidores tanto na Europa como na América do Sul”