Como já é conhecido à escala mundial, o FC Porto é um clube que, como figuras com ligações ao mesmo descrevem: “compra bem e vende ainda melhor”. Isso ficou mais que provado com negócios como Mangala, James ou Falcao, falando obviamente de casos relativamente recentes e daqueles onde se torna mais fácil puxar pela memória sem fazer uma longa lista que poderia cansar o leitor.
Ora, no meio desta saga “compra e venda” encontramos Casemiro, jovem jogador que chegou ao FC Porto com 22 anos (agora com 23) e que havia estado apenas uma época no futebol europeu, onde não se afirmou no Real Madrid, apesar de ter sido mesmo campeão europeu, pois acabou por aqui ou acolá participar na edição 2013/2014 da “Champions”. Casemiro chegou assim por empréstimo dos madrilenos, sendo obviamente mais um fruto da boa relação de Lopetegui com o futebol do seu país.
Criando amores e ódios, Casemiro foi duramente criticado, mas também elogiado ao longo da época, ainda para mais quando teve que se ajustar a uma posição crucial no terreno de jogo como é a posição 6 e teve a tarefa hercúlea de tentar substituir o “polvo” Fernando. Casemiro foi progredindo e tentando adaptar o seu jogo ao esquema de Lopetegui e à posição em si, pois tratava-se de um 8 e a jogar a 6. Ao longo da época deixou de errar tantos passes e começou a cometer menos faltas, apesar do seu estilo de jogo continuar a ser designado como “duro”, tendo recebido 13 cartões amarelos só na Liga NOS e obrigando por vezes Lopetegui a gastar uma substituição para impedir que o FC Porto acabasse eventualmente a jogar com 10, devido ao excesso de agressividade do brasileiro. Apesar disso, o médio deixava tudo em campo jogo após jogo, semana após semana. Ficará para sempre na memória a sua exibição sobre-humana na vitória por 3-1 frente ao Bayern Munique. Difícil também será esquecer o “petardo” que colocou no fundo da baliza do Basileia. No total estatístico fez 4 golos e assistiu para golo 3 vezes ao longo de 41 jogos, o que são números que não passam ao acaso, devido à posição onde Casemiro jogou.
Regressando ao esquema de negócio idealizado pela estrutura portista quanto ao médio, não será difícil de explicar a genialidade imposta neste caso. Ora, a verdade é que apesar de uma época em que nada conseguiu a nível de troféus, o FC Porto conseguiu potenciar em larga escala vários dos 16 jogadores que haviam acabado de chegar ao plantel, falando claro que Óliver (infelizmente para o clube sem opção de compra no empréstimo), Brahimi ou Tello (faltando certezas acerca da ativação da opção de compra neste último caso). Entre estes surge também Casemiro, que vindo por empréstimo acaba por render 7.5 milhões aos cofres da SAD portista, algo que apesar de aparentar ser um caso de difícil compreensão, na realidade é bastante simples. A genialidade do negócio começa quando o clube portista decide exercer a opção de compra que detinha sobre Casemiro, situada nos 15 milhões de euros. Como o Real Madrid tinha direito de opção sobre o jogador e fazia intenções de tê-lo nas suas fileiras em 2015/2016 necessitou de pagar os 7.5 milhões como resgate, indemnizando o clube portista e anulando obviamente a opção de compra sobre o jogador.
Obviamente os responsáveis do FC Porto não iriam exercer a opção de compra sem ter a certeza de que o Real desejava o jogador, o que demonstrou claramente mais um golpe de génio da estrutura portista em termos de negócios, apesar de obviamente alguns investimentos falhados, como o caso de Reyes, Iturbe (ainda rendeu 15 milhões) ou Quintero (até ver).
Quanto a substitutos para o brasileiro, as opiniões dividem-se entre apostar no jovem de 18 anos Rúben Neves ou não arriscar e procurar no mercado jogadores com já provas dadas como titulares indiscutíveis das suas equipas, como é o caso de Danilo Pereira do Marítimo, jogador recentemente associado ao clube “azul e branco”.