Jesualdo Ferreira, ex-treinador do FC Porto, explica os fundamentos da posição e reconhece potencial a Danilo
A subida de rendimento de Danilo é a imagem dos tempos. Longe vão os anos em que o trinco era apenas aquele que se encontrava no relvado para “defender e dar porrada”. A explicação é dada a O JOGO por Jesualdo Ferreira, que nos tempos de FC Porto utilizou Paulo Assunção e Fernando e sempre maximizou a importância do posição 6. Mesmo não tendo visto muitos jogos do FC Porto até ao momento, o Professor reconhece no médio portista potencial para ser “mais um bom 6 do futebol português”.
“É um jogador essencial porque consegue estabelecer os equilíbrios da equipa”, referiu, já numa análise global às tarefas inerentes à função de um trinco. “O 6 foi evoluindo taticamente ao longo dos anos. Em posse, é aquele que consegue participar nas ações ofensivas da equipa e que, no momento em que a equipa perde a bola, consegue encontrar o equilíbrio posicional que lhe permite ser um dos primeiros ou o primeiro jogador a lutar pela conquista da bola, juntamente com a sua linha defensiva mais atrasada”, explica o atual treinador do Al-Sadd (Catar), lembrando que os médios-defensivos têm de “estar preparados para não serem protagonistas”, mas que são eles que “garantem protagonismo à equipa”.
“Ensinou” Assunção e Fernando
Treinador do FC Porto entre as temporadas de 2006/07 e 2009/10, Jesualdo Ferreira foi responsável pelo crescimento de dois dos médios-defensivos que marcaram a última década do clube: Paulo Assunção e Fernando. Dois jogadores que via como “imprescindíveis para o jogo ofensivo e defensivo” dos dragões. “O Paulo [Assunção] era mais forte fisicamente e, mesmo correndo menos do que o Fernando, cobria um espaço maior. Mas também foi criado numa situação diferente. O Fernando era um miúdo de 20 anos que não tinha experiência daquela posição, mas que em algumas características era idêntico ao Paulo”, comparou.