Esta publicação da jornalista Tânia Laranjo funciona como cereja no topo do bolo de um dia que se revelou um espelho da forma de atuação típica do Correio da Manhã, que se pode resumir em poucos pontos:
1. Escolher um alvo e persegui-lo (literal e/ou metaforicamente).
2. Se o alvo não reagir ou colaborar, e por isso não houver matéria noticiosa, inventar um facto.
3. Se o facto inventado gerar uma reação contra o jornalista ou jornal, transformar essa reação no novo facto para atacar o alvo.
4. Na sequência disso, montar uma estratégia de vitimização do jornal, do canal e dos seus jornalistas, que estavam sempre apenas “a fazer o seu trabalho” nos momentos em que foram objeto de “atentados à liberdade de imprensa”.
Foi assim, ponto por ponto, com Pinto da Costa, ontem. Foi assim, ponto por ponto, com Cristiano Ronaldo, há alguns meses. Foi assim com muitos outros portugueses. E continuará a ser assim.
Começa a tornar-se difícil encontrar palavras para descrever o que é o Correio da Manhã. O mais fácil seria deixarmos de nos referir a esse monte de folhas nesta página, alegando que não se trata de imprensa, que não se trata de um jornal ou de um canal que produz informação. Até porque acreditamos verdadeiramente nisso: o que o Correio da Manhã faz não passa de um conjunto de exercícios de desonestidade intelectual que muito dificilmente podem ser enquadrados numa definição equilibrada de ‘informação’. Mas ignorar o Correio da Manhã constituiria uma legitimação da sua atuação pela inação, e isso é perigosíssimo. Porque o Correio da Manhã, mais do que um desprezível conjunto de páginas impressas e peças televisas, é mesmo, pela forma como atua e pelo alcance que tem, um dos principais cancros da sociedade portuguesa.