Rui Santos assume-se cada vez mais como um inimigo do FC Porto. Os comentários que proferiu sobre o nosso clube na edição do Tempo Extra da última quarta-feira, reveladores de uma a cada dia maior militância anti-portista, não podem deixar de ser vistos como profundamente ofensivos para a nossa comunidade. Entres as diversas barbaridades que bolsou, destacamos três.
1. Começa Rui Santos por afirmar que Nuno Espírito Santo foi vítima de um boicote no jogo da última jornada da Liga Salazar, frente ao Moreirense, que estaria na origem da saída do antigo guarda-redes do clube. Esta afirmação é gravíssima e duplamente desonesta. Por um lado, Rui Santos insinua que houve no FC Porto quem tenha agido propositadamente para perder um jogo, colocando assim em causa o profissionalismo dos jogadores e a honestidade de quem os terá instigado a tal atitude. Por outro, esta sumidade da análise desportiva nacional faz por ignorar que Nuno Espírito Santo deixou o FC Porto por vontade própria, não tendo sido despedido, como dá a entender, por causa da derrota frente ao Moreirense – cabe na cabeça de alguém que um treinador seja despedido de um clube qualquer por causa de uma derrota (que por sinal foi apenas a segunda no campeonato) na última jornada de um campeonato previamente decidido?
2. O comentador procura também prestar um serviço ao Benfica, esforçando-se por fundamentar uma tese que por aí muito se tem ouvido: a saída de Nuno Espírito Santo do FC Porto torna ilegítima a qualificação deste campeonato como Liga Salazar. Obviamente, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Como já vimos, Nuno deixou o FC Porto por sua iniciativa, não foi o clube que se procurou ver livre dele. Mas mesmo que assim não fosse, não se poderia misturar a avaliação de um trabalho técnico, que é uma coisa, com a avaliação do funcionamento estrutural de um campeonato (governação desportiva, arbitragem, disciplina, etc.), que é outra completamente diferente. Independentemente da apreciação do trabalho de NES ser muito positiva ou muito negativa, uma análise que é extremamente subjetiva (cada adepto fará a sua), é inegável que esta liga foi manchada por uma quantidade absurda de casos de arbitragem e disciplinares que tiveram o FC Porto como principal vítima – confirmam-no, por exemplo, os painéis de arbitragem dos três diários desportivos portugueses, que integram várias figuras insuspeitas de qualquer simpatia pelo nosso clube. Pretender que a saída do treinador do FC Porto anula o caráter salazarista da Liga Salazar é, por isso, prestar um serviço à turma de Carnide, que encontrou na mudança na direção técnica do Porto um argumento para ocultar as verdadeiras razões do seu sucesso no campeonato, que só podem envergonhar qualquer apreciador da verdade desportiva.
3. Por fim, Rui Santos dedicou-se longamente a dissertar sobre o futuro treinador do FC Porto, tendo-se focado na possibilidade Marco Silva. O comentador avançou vários argumentos que deveriam levar o antigo técnico do Hull City a recusar qualquer proposta do nosso clube, concluindo: “Meter-se no Porto é não ter bem noção da realidade”. Nós não fazemos ideia se Marco Silva será ou não treinador do FC Porto. Mas sabemos uma coisa: se o for, sê-lo-á por vontade do nosso Presidente Pinto da Costa e, obviamente, por sua vontade. Acreditamos que tanto uma parte como a outra dispensem perfeitamente os conselhos de Rui Santos. E ele próprio terá noção disso, queremos crer. O que justifica, então, este empenhamento de um comentador na tentativa de afastamento de um treinador de um clube? O que teme Rui Santos? Preferia ver Marco Silva noutro clube?
Publicamos este post três dias depois de Rui Santos ter falado. A justificação é muito simples: não temos por hábito ver o Tempo Extra, que decorre à terça-feira ao mesmo tempo que no Porto Canal passa o excelente Universo Porto da Bancada. Fomos, contudo, alertados por alguns seguidores para o conteúdo inaceitável das declarações deste comentador sobre o nosso clube. Agradecemos, naturalmente, a quem nos avisou sobre isto, mas deixamos um apelo: não vejam mais. Ver o Tempo Extra serve para alimentar o ego de um jornalista frustrado e hiper-vaidoso que tem no FC Porto um dos seus principais ódios de estimação. Serve, para além disso, para financiar a sua sobrevivência. E serve, ainda, para aumentar a audiência das teses terroristas propagadas pelas cartilhas da turma de Carnide – porque se, sendo rigorosos, não temos qualquer indicação de que Rui Santos receba essas cartilhas, a verdade é que os seus comentários parecem cada vez mais decalcados do Al Carnidão. Tal como ir ao Estádio do Dragão, frequentar o Dragão Caixa, chorar de alegria nas nossas vitórias e de tristeza nas nossas derrotas, deixar de acompanhar Rui Santos e denunciar a podridão dos seus comentários é, indiscutivelmente, um ato de verdadeiro portismo.
Créditos: Baluarte Dragão