Mikel não se importava de ser alternativa, mas percebeu que em 4x4x2 nem segunda opção seria. Danilo é o indiscutível, mas também Herrera aparecia à frente de Mikel no sistema.
Dizer que Danilo foi o grande problema que Mikel enfrentou é redutor. O nigeriano, emprestado pelo FC Porto ao Bursaspor, não poupa nos elogios ao antigo concorrente direto, mas diz que não foi por causa dele que pediu para sair. É verdade que estava tapado, mas não se importava de ser a sombra do Comendador. O grande entrave foi mesmo o sistema tático privilegiado por Sérgio Conceição.
“O Danilo, como toda a gente sabe, é excelente e um dos jogadores-chave do FC Porto. Sou sincero, pensei que ele ia ser vendido e que teria a minha oportunidade. Mas até não me importava de ficar como segunda opção, como alternativa ao Danilo. A época é longa e teria de certeza minutos. Saí porque não era sequer a segunda escolha do Sérgio Conceição. Era a terceira ou quarta opção por causa do sistema que utiliza”, atirou, referindo-se às entradas de André André e Herrera para a sua posição nos últimos jogos de preparação.
O sistema acaba por ser o culpado. “O 4x4x2 de Sérgio Conceição não me favorece, em 4x3x3 talvez tivesse mais espaço. No sistema atual, o meio-campo até pode ser formado por um 8 e um 10. O treinador quer mobilidade e pode, inclusive, jogar sem nenhum médio mais defensivo. Pode apostar perfeitamente em Óliver e Herrera ao mesmo tempo, por exemplo. Ou o André André com o Óliver. Aliás, se o Herrera, que é o capitão, não tem jogado muito, mais difícil seria para mim. O Danilo é um dos mais importantes da equipa, não foi vendido e o melhor para mim era sair”, insistiu, em declarações a O JOGO.