Bruno Conceição, treinador do Oliveira do Hospital, e os seus adjuntos viveram momentos de terror que jamais esquecerão quando se viram numa estrada com fogo de ambos os lados e a carrinha em que viajavam para Coimbra estava a ficar sem combustível.
Bruno Conceição, treinador do Oliveira de Hospital, do distrital de Coimbra, foi um dos nomes ligados ao futebol que, no domingo, sentiu na pele a fúria dos incêndios que grassaram na região centro. O técnico viajava de carro, acompanhado pelos adjuntos, rumo a Coimbra após o jogo Oliveira do Hospital-Pampilhosense (1-0), quando foi surpreendido pelas chamas, junto à saída para o IC-6. A solução foi voltar para trás, mas o cenário repetiu-se ao longo de quilómetros, “com a floresta a arder dos dois lados da estrada”, contou, notoriamente abalado, a O JOGO.
“Vi a morte à minha frente. A carrinha estava a ficar sem gasóleo e lembrei-me logo do que aconteceu em Pedrógão”, prossegue. A casa do presidente do clube, Paulo Figueira foi o ponto de abrigo para Bruno e os seus adjuntos, mas também aí houve problemas, já que a residência do dirigente ficaria rodeada pelas chamas. Com as comunicações afetadas pela queda de postes, telefonar tornou-se uma tarefa impossível. Só esta segunda-feira é que os telemóveis terminaram o silêncio e uma das primeiras chamadas que Bruno recebeu foi do tio: “O Sérgio ligou-me hoje, às 7h45, estava muito preocupado comigo. Ele é como um pai para mim.”