Quando aterrou em Portugal, depois de brilhar pelos sub-20 do Brasil no Mundial de 2007 (ao lado de Marcelo, Willian e Pato, caiu aos pés da Espanha de Piqué, Capel, Adrián e Bueno), todos lhe auguravam um futuro brilhante. O FC Porto, que o agarrou, tinha ganho a uma forte concorrência e desejava ter ali um prodígio para potenciar. Só que a história não foi perfeita, como nos livros. Ao zerozero.pt, o próprio recordou aqueles tempos para assumir que foi o principal culpado por não ter tido sucesso.
Pedro Caixinha vai ser o melhor treinador de Portugal«A falta de oportunidades no FC Porto culpo a mim mesmo pois, como todo jovem que não tem uma orientação para não se deslumbrar com a fama, eu não soube lidar com isso e acabou por me afetar», relembrou, numa conversa que se desenvolveu através das redes sociais.
É que hoje, como nos últimos quatro anos, Leandrinho joga na Coreia do Sul. Cerca de 10 500 kms separam Gwangyang, a cidade do Jeonnam Dragons, e o Porto. É bastante, sem dúvida, mas não o suficiente para apagar da memória do criativo os tempos em que vestiu azul e branco.
Pinto da Costa foi recordado pelo brasileiro
Depois, Pinto da Costa, figura singular das últimas décadas do futebol português e vital para os dragões… ou ainda mais do que isso: «Falar do nosso presidente é muito simples, pois ele é o melhor. Nunca vi um presidente ter o nome cantado pelos adeptos e isso eu vi no FC Porto».
Balneário ao ritmo de Nuno Espírito Santo
De fora para dentro, as memórias de Leandro Lima são prolongadas seio de um balneário repleto de líderes e saudável o suficiente para que a boa convivência também significasse sucesso.
Numa altura em que se debate insistentemente a (falta de) mística no grupo de trabalho azul e branco, o nosso entrevistado recorda como acontecia em 2007/2008.
«Na minha época, o balneário era fantástico antes dos treinos e jogos, pois tínhamos um grande capitão, que era o Pedro Emanuel, e todos se davam ao respeito. Ainda me lembro quando chegava ao balneário e o guarda-redes Nuno [Espírito Santo] metia música e dançava. Todos se davam bem», recuperou Leandro Lima, ele que, mesmo admitindo um cariz especial, garantiu que o Benfica não era pensamento exclusivo.
Jogador brilha na Coreia ©Jeonnam Dragons«Cada jogo tinha a sua importância, o mais importante para o sucesso do FC Porto era que não pensávamos só no Benfica. Mas claro que é o maior rival, havia sempre um clima fantástico antes do jogo. Lembro-me que, num clássico, um jogador do Benfica brigou na entrada do túnel com uma pessoa da comissão técnica, mas foi logo abafado. Quando? Isso foi no Estádio da Luz, mas não posso falar nomes», atirou.
Largo elogio a Caixinha
Leandrinho não esteve somente uma época em Portugal. No FC Porto, não voltou a jogar, mas fê-lo por Vitória de Setúbal e União de Leiria, com a curiosidade de os dois golos que marcou terem sido apontados frente a Benfica e FC Porto.
«Sempre gostei de grandes jogos, mas não fui bem preparado para Portugal para ter uma boa adaptação. Acabei por o conseguir com o Pedro Caixinha, que me ensinou muito e me ajudou a compreender o vosso futebol. Aliás, dele posso dizer que vai ser o melhor treinador de Portugal», assegurou-nos, sobre o técnico com quem mais jogou, na época em Leiria.