A noite foi de emoções fortes para Bruno Costa e ficará gravada na memória como aquela em que se estreou pela equipa principal do FC Porto, e logo num palco mítico do futebol mundial
“Pega, pai, a tua prenda de anos” – foi assim que terminou a noite da estreia de Bruno Costa pelo FC Porto, em Anfield, quando foi à bancada entregar a camisola do jogo ao progenitor.
Renato Costa comemorou o aniversário na véspera do jogo e a viagem até Liverpool foi uma prenda do empresário do médio. Mal sabia que o filho iria ser titular. No final, o momento foi selado com um abraço entre os dois, daqueles abraços que isolam o barulho que se faz ouvir à volta e os deixou a ambos numa ilha rodeados de emoção. Renato, o pai, portista dos quatro costados, estava nas nuvens. O filho tinha conseguido concretizar mais um sonho.
“Nas publicações que faço nas redes sociais costumo escrever “I have a dream”, tenho um sonho, e esse sonho era ver o meu filho estrear-se pela equipa principal do FC Porto no Estádio do Dragão, mas isto superou as minhas expectativas”, admitiu Renato Costa à reportagem de O JOGO. Pode ser que a noite mágica de Anfield leve pai e filho a fazerem uma tatuagem para imortalizar o momento. “Bem, já temos uma igual, os três. Uma tatuagem com pai, mãe e filho, que fizemos juntos e que ele beija sempre que entra em campo. Quem sabe!”, remata.
Renato Costa ainda viajava de regresso a casa quando falou com O JOGO pelo telefone. “Ainda bem que não caí na asneira de apostar que rapava a cabeça, porque a esta hora estava careca”, partilhou ainda, por entre uma forte gargalhada. Entretanto não há mãos a medir para responder a tantas mensagens. “Não consigo responder a todas, começo a responder a uma e caem mais 20. É incrível, mas ainda tenho mais de cem!”
A titularidade de Bruno Costa começou a desenhar-se uns dias antes, depois de uma conversa entre Sérgio Conceição e Folha. A boa temporada do Bruno na equipa B já não deixava dúvidas no clube, a oportunidade era merecida, depois de uma primeira chamada à equipa principal para Istambul. “Ele ligou à mãe a dizer que ia ser titular”, revelou a O JOGO a avó, Maria dos Anjos. “Mas pediu para não dizerem nada até ser oficial”, contou.
Em Liverpool, o pai andava louco de ansiedade para perceber que equipa ia entrar, convencido de que o filho poderia, no máximo, começar no banco. “Quando estive com ele em Liverpool, andava a dedilhar no telemóvel a tentar ver se já havia equipa inicial”, recordou Rui Pinho, primeiro treinador de Bruno Costa no Milheiroense, numa equipa técnica que contava ainda com o angolano Túbia.
“Mas quando percebeu que ia jogar, nem queria acreditar”, acrescentou. Do miúdo não esquece o jeito para a bola. “Ele era baixinho quando começou a jogar, percebia-se que tinha qualidade, mas naquela fase, devido à sua fisionomia, não se notava muito em relação aos outros. Só no segundo ano. Aí começou a destacar-se em relação aos outros, mas longe de mim pensar que algum dia jogaria numa Champions”, reconheceu, também ele sem esconder o orgulho.
Fonte: Ojogo.pt