As instalações do FC Porto de Lausanne foram alvo de um ataque, na madrugada de domingo, que já obrigou a uma primeira intervenção que custou 3.500 euros e que, no total, deve implicar um dispêndio superior a 10 mil euros para reparar todos os danos.
“Em concreto, por volta das 4.26 da manhã, alguém com um taco de basebol começou a quebrar os vidros da nossa sede. Partiram sete vidros. Uma vitrina tinha dez metros de comprimento por metro e meio de altura. Pensamos nós e a polícia que o taco deve ter-lhe escapado da mão, caiu para dentro do clube e o alarme foi acionado. Quando chegámos já cá estava a polícia, que levou o taco come eles para recolher impressões digitais”, explicou, a Record, o presidente dos dragões daquela cidade suíça, José Silva.
Na sua ótica, confirmada pelas autoridades, “tratou-se de um ato de puro vandalismo. Não roubaram nada nem tentaram entrar”, refere José Silva, que não tem historial de casos semelhantes nas instalações. “Nunca tinha acontecido nada de especial. Em 2004 chegaram a vir cá chatear-nos, mas foi durante o dia, algo relativamente normal. Agora estamos surpreendidos com tudo o que aconteceu. Não podemos culpar ninguém, mas não escondemos o que achamos, dado que andamos nisto há muito tempo. Vocês ouviram o que se passou, escutaram as declarações inflamadas de pessoas que nada têm a ver. Sofremos as consequências disso”, lamentou.
Com a recente intervenção de Luís Filipe Vieira como pano de fundo a reforçar as quezílias em Portugal, José Silva espera que esse ambiente crispado não contagie os portugueses radicados em terras helvéticas. “A nossa realidade é diferente. Conversamos uns com os outros, mas não somos todos os iguais e há quem possa levar as coisas mais a peito”, referiu o líder dos portistas de Lausanne, que recebeu manifestações de apoio e compreensão dos benfiquistas da cidade.
“Quero acreditar que foi um caso isolado. Ainda hoje estive a falar com um representante do Benfica de Lausanne que esteve aqui. A gente dá-se, ajudamo-nos mutuamente. Ele disse-me que ficaram tristes e que também se sente tocado e que é pena o que está a acontecer no futebol. Se fosse ao contrário, eles pensariam a mesma coisa de nós”, explicou José Silva.
Imediato foi o acompanhamento da parte do FC Porto, que tornou o caso público através da newsletter Dragões Diário. “A partir do momento em que comunicámos o sucedido ao FC Porto, tivemos todo o apoio necessário. Não estávamos preparados para isto. Somos frequentados por muita, muita gente. Já recebemos mensagens de muitos lados, mas o que mais no chocou é que temos equipas de miúdos que iam jogar no domingo de manhã e tiveram de presenciar o que se passou e os estragos que foram causados”, concluiu o responsável que, apesar de tudo, ainda reservou alguma réstea de bom humor perante o infortúnio: “Ao menos não entrou aqui nenhuma toupeira…”
Fonte: Record.pt