Hoje é o dia mundial do teatro, vamos falar do último “teatro” que vimos. A “redução” do passivo do Benfica.
Vamos ao início, o que o Benfica fez foi uma operação de factoring, ou seja, o Benfica cedeu o direito dos 100 milhões de euros a receber da NOS a uma entidade bancária e esta adiantou ao Benfica o dinheiro menos a taxa negociada. Adiantamento de receitas são feitos em muitas empresas/clubes, não é nada de novo e em termos práticos não há melhoria, pelo contrário, o Benfica abdicou de uma parte dos 100 milhões para receber o valor adiantado pelo Banco. Pelo menos o dinheiro dos juros negociados e dos custos da operação o Benfica perde, ficando ainda por saber quem fica com o risco de cobrança (era importante a imprensa fazer o seu papel e questionar).
Exemplo: Zé do Benfica tem 9 Milhões a receber pela venda de droga, como precisa do dinheiro para pagar aos Colombianos, o banco adianta ao Zé do Benfica 8.75 Milhões e os compradores pagam os 9 milhões ao Banco. O Zé do Benfica ficou com dinheiro para pagar aos colombianos mas perdeu 250.000€. Dá para perceber?
Dito isto vamos ao que disse Vieira:
Falou desta operação como se fosse uma situação inédita, não é. Infelizmente várias empresas o fazem.
Falou como se fosse uma coisa boa, não é. Porque ter a necessidade de adiantar receitas futuras está a condicionar o futuro do clube e num futuro próximo irá necessitar de realizar receitas extraordinárias para compensar os valores que não irá receber.
Então porque é notícia esta operação do Benfica? É notícia porque é necessário criar assuntos para se esquecer tudo o resto que se fala acerca do clube e com a conivência da imprensa que não faz a sua função e não questiona LFV. Tudo junto dá uma grande notícia que não passa de um procedimento normal nos clubes e empresas do País, pelo menos aquelas onde há problemas de Tesouraria, a diferença é que ninguém tem orgulho nestas operações ao contrário do clube encarnado.
LFV fala para burros e eles ficam felizes com estas notícias.
Texto: Porto Lucido