Central do FC Porto não se considera “um jogador maldoso”
Em entrevista concedida ao site brasileiro “goal.com”, Felipe, central do FC Porto, respondeu com um sorriso à questão sobre a alcunha de “Vale-Tudo” com que foi batizado na época passada. “Isso acabou por ser um alimento para mim. Foi um combustível. Alimentaram, alimentaram e fomos campeões. Não tenho que reclamar. Se puderem, que continuem com a alcunha, porque isso vai dar-me força”, admitiu o jogador natural de Tiradentes, São Paulo.
O defesa-central que já soma 91 jogos pelo FC Porto, não se considera um jogador maldoso. “Não”, reagiu. “O futebol tem árbitro. Procuro ser agressivo, mas logicamente com a intenção de ter bola. Por vezes, por causa de um adversário mais rápido, acabo acertando… Mas isso é do futebol. Se tiver que ser expulso, o árbitro expulsa-me. Tenho uma expulsão injusta, ainda pelo Corinthians, e outra aqui em Portugal, contra o Mónaco, que foi uma coisa muito ‘de repente’. Não tenho histórico de cartões vermelhos, e nem mesmo de muitos amarelos. A agressividade que tenho é sempre na bola e de forma leal. Não quero magoar ninguém”, acrescentou.
Felipe reconheceu que se incomoda com o facto de o futebol português nos últimos anos ter sido alvo de muitas acusações de corrupção e suspeitas, colocando em causa o caráter e a credibilidade dos jogadores.
“Muito, até porque isso não prejudica apenas os jogadores que eventualmente fazem isso. É muito chato. Se chega uma proposta deste tipo para mim, claramente vou denunciar na hora. Ninguém pode afetar a minha integridade. É claro que, se soubesse de alguém que perto de mim fizesse isso, mesmo que fosse um companheiro, também denunciaria. Peço desculpa, mas sou um profissional e preciso fazer as coisas de forma correta. Recebo salário do clube, tenho a minha imagem, tenho uma história… Se alguém chegar e oferecer dinheiro para que eu entregue um jogo, isso já não é comigo. Sou uma pessoa correta. Isso incomoda-me muito”, confidenciou.
Uma última questão nesta entrevista ao media brasileiro: Acredita que em Portugal a rivalidade entre clubes e torcedores já virou uma espécie de sentimento exagerado de ódio?
“Quando cheguei aqui, percebi exatamente isso, fiquei um pouco impressionado. Aqui é um pouquinho mais ‘sangue’. A rivalidade aqui vai muito mais além do futebol, a mensagem que é transmitida é um pouco mais agressiva. Mas isso acontece sempre no futebol. No entanto, não é transmitido diretamente para mim, não vou entrar em campo disposto a matar um jogador. Tenho noção da minha agressividade, sei que há rivalidade e vou sempre defender as cores do FC Porto. Quando vamos disputar um clássico, seja contra o Benfica ou o Sporting, dou o melhor de mim e arrasto os adeptos”, completou.
Fonte: Ojogo.pt