1. O FC Porto regressou à liderança do campeonato depois de derrotar o Feirense por 2-0 e aproveitando o empate do Braga em Guimarães (o Sporting de Braga nunca mais ganhou depois de ter chegado ao primeiro lugar) e a derrota do Benfica no Jamor frente ao Belenenses (deitando ao lixo o efeito da vitória na jornada anterior sobre o FC Porto). O número e o nível das equipas intermédias tem vindo a subir o que torna o campeonato muito mais competitivo e, portanto, mais imprevisível. Esta época vamos assistir a um maior número de resultados surpreendentes que vão trazer mais alterações à tabela classificativa do que o habitual.
2. O FC Porto entrou muito forte no jogo, o que revelou desde logo a intenção de chegar ao golo o mais cedo possível. O FC Porto sabia que tinha aqui uma excelente oportunidade de agarrar o primeiro lugar da Liga e entrou determinado a consegui-lo: velocidade, pressão alta, largura e profundidade nas alas, triangulações e passes de rotura a desequilibrarem por dentro. Foram trinta minutos alucinantes, com o golo a chegar apenas à terceira vez em que a bola entrou na baliza.
3. Sérgio Conceição nunca alinhou muito na discussão sobre qual é, no papel, o sistema táctico em que a sua equipa joga: 4x4x2? 4x3x3? 4x2x3x1? O que é certo é que o plano inicial (para mim, 4x4x2) resultou em pleno durante 45 minutos mas depois teve de ser alterado para a equipa voltar a dominar, a criar oportunidades e chegar ao segundo golo. Essa reviravolta táctica (para 4x3x3) aconteceu aos 60 minutos com a entrada do Herrera, a saída do Corona e com Marega a encostar na direita (se entendermos que o mexicano foi mais segundo avançado do que terceiro médio, nem chegou a existir essa tal mudança). Foi o embalo definitivo para o segundo golo e para assegurar a vitória.
4. Ao terceiro jogo consecutivo a titular (Vila Real, Moscovo, Dragão), Óliver Torres mostrou todo o seu valor. Leitura e visão de jogo, controlo e transporte de bola, passe longo, passes de rotura, variação de jogo e, até, remate. A cereja em cima do bolo foi o trabalho defensivo: onze desarmes e doze recuperações de posse! Mas o que é realmente surpreendente é que isto não lhe garante um lugar no próximo onze. O naipe de médios de que dispõe o FC Porto dá-lhe a capacidade de se ir adaptando aos adversários e aos momentos de cada jogo e de cada atleta. Danilo e Óliver foram titulares, Herrera veio virar o jogo, mas no banco estava também Otávio e de fora ficaram ainda Sérgio Oliveira e Bazoer. Todos diferentes e todos importantes para o muito que ainda falta jogar.
5. Eu não sei e, provavelmente, ninguém saberá, se o Filipe está em jogo ou não no primeiro golo do FC Porto. Pela linha da transmissão parece que está, pelas imagens que estão disponíveis para o VAR, que são diferentes das da Sport TV e que não têm linhas, parece que não está: isto só se resolverá em definitivo quando o VAR tiver as suas próprias linhas. O que eu sei é que os lances de golo têm de ser revistos pelo VAR e um fora de jogo mal assinalado (ao contrário do que por aí ouvi) é sempre um erro claro, seja ele de 1 centímetro ou de 10 metros (sendo até que às vezes alguns destes passam em claro), e por isso sujeito a reversão. Também sei que as regras dizem que em caso de dúvida o suposto infractor não deve ser penalizado. Foi o que aconteceu.
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