Calhou por acaso mas mesmo a preceito. A 20 de março de 1960
o FC Porto também se deslocou ao terreno do Boavista, então ainda considerado
só campo do Bessa, tal como agora em 2022 foi ao atual estádio do Bessa, e de
ambas as vezes, no mesmo dia mas de anos tão distantes, venceu e convenceu.
Através de boas exibições da equipa principal dessas diferentes épocas.
Pois agora, neste domingo de início da Primavera de 2022, o
FC Porto teve esse desafio do “Dérbi da Invicta”, perante o rival da rotunda,
vencendo mais uma vez, apesar das dificuldades apresentadas. Desta vez por magro
um golo de vantagem, mas suficiente. Vitória importantíssima, esta, diante dos
remendados afetos ao clube do regime. De modo especial por ser quando tantos
esperavam outra coisa, pois então o FC Porto mantém a distância de avanço algo confortável, de 6 (seis) pontos de vantagem sobre o Sporting e 12 (doze) mais que o Benfica,
para sofrimento dos do contra. Também servindo isto de lenitivo para a
desilusão havida a meio da semana passada na Liga Europa, perante certo desinteresse
patente na entrada em jogo com um onze diferente do habitual, a pontos que mais valia
ter havido alguém responsável que, para não ferir tanto a expetativa esperançosa, dissesse logo não haver interesse em muitas
frentes ao mesmo tempo, quando com o plantel existente, da presente temporada, só haveria forças para menor dispersão de
esforços. Ficando agora o foco a ter de ser mesmo por cá, dentro das provas
nacionais ainda em disputa (Campeonato da Liga e Taça de Portugal). Isso
querendo dizer que, ainda que doa muito aos adversários, o FC Porto é o mais
forte candidato ao título nacional. Por mais inventonas do regime, como a deste
domingo no impedimento do Taremi à última hora, muito esquisito, por ser mesmo
em cima da hora do início do encontro. Mas o FC Porto venceu e continua em primeiro no Campeonato da
Liga. Continuando assim nós Portistas em primeiros!
Na calha desses dois jogos no mesmo dia de anos tão
distantes, como efeméride do dia do jogo, e porque presentemente do realizado este domingo
ainda está tudo de fresco e à disposição dos olhos, recorda-se agora o da
vitória de 1960. Tendo esse jogo de outrora, a contar para a 22.ª Jornada do
Campeonato Nacional de 1959/1960, disputado no terreno do Boavista, ainda campo
pelado do Bessa, haver terminado com a vitória do FC Porto por 5-1 (mais propriamente
1-5 pela ordem dos clubes visitado e do visitante, respetivamente). Tendo o FC
Porto alinhado com: Américo, Virgílio, Arcanjo, Barbosa, António Teixeira,
Monteiro da Costa, Montaño, Hernâni, Daucik, Noé e Humaitá. Contando como
autores dos golos Noé com 4 e Daucik com 1, pelo lado das cores azul e brancas.
Era treinador o checoslovaco Fernando Daucik, pai do jogador com o mesmo nome
que alinhou então, nessa equipa em que alinharam alguns jovens nessa fase de
transição, junto com alguns restantes da geração dourada da década dos anos
cinquenta. Como começava a acontecer com a entrada de Américo, suplente ainda
de Acúrcio, mas que de uma vez por outra entrou com a camisola nº 1 (antes
então de na época seguinte ter ficado como titular efetivo).
Desse período e confirmativo de tudo o que correspondia
então à época, a revista “Cavaleiro Andante” (tratando-se duma publicação
semanal de índole juvenil que em cada número apresentava uma equipa desportiva ou
um desportista considerado ídolo do público, desse tempo, quer de futebol como
de outras modalidades), dedicou então a primeira página e uma página interior,
dum seu número do mesmo ano, precisamente à equipa do FC Porto que ao tempo tinha
as atenções portistas. Como aqui e agora se recorda, a propósito e devidamente
a preceito, com imagens da mesma revista, em ilustração do tema e tais
recordações.
Armando Pinto
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