Sonhar é o primeiro passo para se atingir o que realmente desejamos, pretendemos, ambicionamos… É assim na nossa vida profissional, é assim na nossa vida pessoal, é assim também no desporto.
Todos nós sonhamos, todos nós ambicionamos alcançar os objetivos a que nos propomos, todos nós acreditamos nas nossas ideias, todos nós desejamos ter sucesso e todos nós criamos as nossas próprias ilusões…
Julen Lopetegui foi e continua a ser um privilegiado.
Recebido de braços abertos na época passada, teve á sua disposição um orçamento sem igual no futebol português.
Fez e desfez a sua (nossa) equipa como quis e apesar de nada ter ganho, a sua administração e os seus descontentes e exigentes adeptos deram-lhe o benefício da dúvida…
A margem de erro era mínima.
A desconfiança e a fraca produtividade evidenciado na época passada não lhe permitiam falhas, principalmente quando essas falhas têm como origem erros já repetidos…
Se a disposição tática é importante no desempenho de uma equipa, a confiança, as rotinas de jogo e as características dos seus jogadores são fundamentais para a sua dinâmica e identidade.
Não é preciso ser treinador de futebol ou ter sido futebolista profissional para facilmente se perceber que as constantes mudanças táticas (algumas delas completamente inovadoras) e as sucessivas alterações no “onze” não só não ajudam, como criam desconforto e até desconfiança no seio da própria equipa.
Julen Lopetegui põe-se a jeito!
A sua capacidade de improvisar e surpreender é notória, mas infelizmente os resultados não têm sido os que ele e nós (portistas) desejamos e exigimos.
Não duvido da sua ambição, trata-se de um treinador ainda jovem, sem experiência a este nível e que obviamente gostaria de aproveitar a fantástica oportunidade que o F.C.Porto lhe deu para evoluir e criar curriculum.
Se a persistência é uma virtude, a teimosia é um defeito muitas vezes contraproducente e irreversível…
Se é verdade que podemos sempre melhorar o que está bem, alguém terá que dizer ao Sr. Lopetegui que também é sempre possível piorar o que está mal…
A “sua” tão propalada rotatividade, não só não tem trazido benefício nenhum, como, tem retirado qualidade ás exibições da equipa.
Será tempo de desistir das suas ideias ou pelo menos altera-las o suficiente por forma a alcançar os objetivos a que se propôs.
Como sempre digo, não existem más ideias, o que existem são ideias mal executadas…
O principal papel de um treinador é avaliar a qualidade individual dos seus jogadores e fazer com que essa qualidade sirva os interesses da equipa.
Não adianta dizer a um jogador que agora vai jogar assim ou que a partir de um determinado momento vai ter que esquecer as suas próprias características e vai fazer isto ou aquilo…
Objetividade precisa-se e esta equipa tem obrigação de produzir muito mais!
Só com boas exibições e bons resultados é que o mister Lopetegui poderá conquistar os adeptos e a crítica.
Os melhores têm que jogar sempre e para desfrutarem do jogo e jogarem bem, têm que jogar nos lugares que habitualmente ocupam e onde as suas características melhor servem a equipa.
Acredite em mim caro Julen, não tenho a pretensão de lhe ensinar nada, nem tenho qualquer qualificação desportiva ou intelectual para o fazer, é apenas uma opinião que o poderá ajudar a entender melhor este clube e os seus adeptos.
O F.C.Porto merece!
Saudações portistas. (Carta de um portista anónimo)