Como qualquer benfiquista normal, regozijo-me com os desgraçadamente poucos desaires do Futebol Clube do Porto e tenho uma saudável tendência para odiar jogadores, treinadores e dirigentes portistas.
Infelizmente, como gosto muito de futebol, passo por momentos em que consigo apreciar as qualidades do inimigo da Invicta. Por isso, já tive o doloroso privilégio de ver jogar artistas como Oliveira, Gomes, Futre, Madjer, Domingos, Aloísio, Hulk, Falcao e muitos outros. Ainda assim, apesar das virtudes desportivas, tive várias ocasiões para abominar pessoalmente muitos deles, para sossego do meu benfiquismo.
Helton tem sido, ao longo dos anos, um dos casos mais preocupantes, porque junta à arte de defender a baliza uma simpatia natural, o que torna extremamente difícil o desejável exercício de rancor. Isto chega ao ponto de ter sentido uma grande tristeza quando assisti ao momento em que teve uma lesão grave, há cerca de um ano.
Ontem, Helton teve o desplante de defender um penalty que permitiu que o Futebol Clube do Porto se mantivesse na Taça de Portugal, impedindo-me de sonhar com uma eliminação tão benfazeja. Como se isso não bastasse, ainda foi consolar o boavisteiro, companheiro de profissão num momento difícil.
Gostaria de aproveitar esta tribuna para declarar que odeio não conseguir odiar o Helton, mas a culpa não é minha. Raios partam o homem!
Texto retirado do site: Aventar