Jorge Nuno Pinto da Costa, ontem, na Assembleia Geral do FC Porto, foi o que nunca foi: hesitante e oscilante.
Confrontado com a evidência de verdadeiras “sanguessugas” internas, o (ainda) líder do clube procurou defender o indefensável. O clube não é o mesmo, as comissões subiram à cabeça (e às contas bancárias) dos seus lugares-tenente, o clube tornou-se numa espécie de “casa de putas” em que a chama, a herança, a mística e a crença deram lugar ao oportunismo puro, à vaidade fácil e ao lucro obscuro.
Pinto da Costa foi um extraordinário líder do FC Porto. O clube deve-lhe ambição, espírito de conquista e vontade de vencer. Deve-lhe organização e determinação.
Pinto da Costa rodeou-se de um grupo de interesseiros e oportunistas, de grosseiros arrivistas. Podia ter saído de cabeça erguida. Arrisca-se a sair com o peso de um descalabro desportivo e, sobretudo, de credibilidade.
É a hora de mudar. De ser rigoroso e taxativo com os “Fernandos Madureiras” da vida. De devolver o FC Porto aos seus associados e, sobretudo, ao caminho de vitórias que sempre soube trilhar. Com respeito, com desportivismo, e percebendo que, sem adversários, nunca teria ganho nada.
Parece-me, no entanto, que o caminho do lucro fácil, das comissões loucas e das influências macabras pode levar o emblema que conquistou, por mérito, ambição nacional e mundial, a regressar à escala básica à qual regressam todos os incompetentes: a da pequenez, da inveja e da soberba regional.
É pena que assim (quase) tenha de ser.
Embora tardia, a mudança de rota ainda é possível. Porque de “casas de putas” e de “bares de alterne” já basta a memória de um passado não muito longínquo.
Crónica de adepto, que preferimos não divulgar o nome!