Vítor Baía, foi e há-de ser sempre uma referência do nosso clube.
Teve um passado brilhante como atleta, com uma conduta insuspeita e um sem número de títulos conquistados.
Seguiu-se o percurso de dirigente, o qual terá terminado quando alegadamente achou que era tempo de subir na estrutura e quem manda no clube, entendeu que tal era ainda prematuro.
Ouvi-lo dizer que aspira a ser presidente do Futebol Clube do Porto é algo que nada me incomoda. Mas incomoda-me que uma referência como esta dê tantos tiros nos pés! Escolheu mal o local para falar, escolheu mal o timing para falar, desatou a enrolar-se no discurso e a cometer “gaffes” que acabam por o descredibilizar, além de surpreendentemente se auto-intitular como “a única voz discordante do clube”.
Ora, quem como eu vai a todas as Assembleias Gerais e nunca o vi em nenhuma, é óbvio que fico surpreso com estas declarações, e mais ainda quando depois de tudo isto, não marcou presença na última AG realizada há 15 dias. E não, não se especule sobre pressões e intimidações pois tudo isso é conversa para “boi dormir”. Primeiro por ser mentira, e segundo porque quem quer ser presidente de uma instituição desta dimensão não pode temer o confronto e ainda menos o contacto com os sócios, os únicos com poder para o escolher para tal função.
Mas meus caros, Vítor Baía e outros, parece terem sido promovidos à categoria de “inimigos” do clube, mas jamais o poderão ser. Este inimigo não se combate… convence-se! Nós não temos inimigos internos, podemos ter unicamente opiniões discordantes, e que saudades dos tempos em que ninguém ousava levantar a voz. Mas isso acontecia porque as pessoas estavam “convencidas” do rumo que o clube levava. Não perceber isso é não perceber nada do que é o FC Porto, é não ter percebido nada daquilo que se passou na última AG.
Para quem quis perceber, e só o pode ter feito quem esteve presente, pretende-se exigência, ambição e carácter, mas também união e coesão. É estranho que alguns não tenham estado presentes e todos os dias continuem a escrever como se soubessem tudo, e apenas continuem interessados em “atacar” o tal “inimigo” interno ao invés de atacar quem está do outro lado da barricada, quem nos destrata, quem nos maltrata, quem nos desrespeita e quem nos humilha.
Continuar a ter um Dragões Diário preocupado com Vítor Baía e as suas “gaffes” (infelizmente, quantas comete o nosso presidente??) é não ter percebido o recado.
Continuar a não falar do esquema vermelho controlador, é não ter percebido o recado.
Continuar a não falar de uma comunicação social centralista e prepotente, é não ter percebido o recado.
Continuar a não defender publicamente os adeptos é não ter percebido o recado.
Continuar preocupado com os paineleiros portistas é não ter percebido o recado.
E sobre isto apenas duas notas:
1) Porquê tantos elogios aos Super Dragões durante a última AG (seria medo daquilo que pudessem fazer ou dizer?) e depois nem uma palavra pública sobre as recentes multas de €300 que provocaram a reação da claque? Ai se isto fosse noutras paragens…!!!
2) Quando em 08-10-2015 aqui falei sobre a forma negligente com que a direção trata os portistas que marcam presença nos programas televisivos, não adivinhava que depois viesse o ataque tão veemente de Pinto da Costa. Sr. Presidente, se sempre negligenciou este meio de comunicação, se fez questão de em 13-10-2015 se demarcar definitivamente de todo e qualquer comentador, quer que depois todos digam “Amén” só porque sim?!
É que numa altura em que devíamos estar direcionados para os ataques de fora (Allô Serpa?!), para os verdadeiros inimigos do FC Porto, parece que quem manda, continua é entretido com estes jogos palacianos de luta pelo poder, de “secar” tudo à volta, de saber quem chega a quem, de saber quem chega aonde, e isso foi tudo o que os sócios disseram que estavam fartos.
Nesta altura, deveríamos era já estar a preparar 2016/17, tanto dentro como fora de campo, renovar a estrutura do futebol e do clube com gente nova, sangue novo, de portismo inquestionável, e que quisesse dar tudo pelo brasão abençoado.
Nesta altura, já deveríamos ter internamente decidido se Peseiro fica ou não, e tal não estar dependente da conquista de uma taça de Portugal.
Já deveríamos saber quem queremos manter deste plantel, quem serão as vendas a fazer, e ter os alvos bem definidos, para que fossem contratações sérias, corretas, cirúrgicas, com jogadores a fazerem pré-época.
Foi a isto que fomos habituados, foi a isto que Pinto da Costa nos habituou, é a isto que queremos voltar, é disto que temos saudades, é isto que tem faltado: rigor, planeamento, estratégia!
É nestes meses que se começa a jogar o sucesso da próxima época.
E esse sucesso, ou falta dele, julgará muito mais do que uma época desportiva. Julgará o bom senso de quem dirige e a sua inteligência. É que a AG passada foi muito clara, e só não percebeu a mensagem quem não quis… esperemos que quem tenha que perceber, não tenha ficado com dúvidas.
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