A 17 de Novembro de 1927 nasceu Virgílio, no Entroncamento
(conforme consta nas publicações existentes, embora haja quem afirme ele ser
natural da Praia do Ribatejo, no concelho de Vila Nova da Barquinha). Tendo mais
tarde, postumamente, sido homenageado no Entroncamento com uma rua com seu
nome.
Residia então no Entroncamento antes de vir mais para Norte
e se tornar futebolista do FC Porto. O Virgílio Mendes que depois veio para o
Porto e foi célebre defesa do FC Porto e que na Seleção Portuguesa foi chamado
de Leão de Génova, como o apelidou um jornalista devido a grande exibição em
Itália pela equipa das quinas e para sempre ficou referenciado. Um dos maiores
da gloriosa história do FC Porto, tornado autêntico ícone da equipa azul e
branca na década dos anos 50 como defesa direito do FC Porto por mais de uma
década e meia, desde finais dos anos 40 aos primeiros de 60. Considerado em
alta estima e admiração na família Portista pela dedicação ao clube das Antas, tendo
recusado convites do Real Madrid, Barcelona e Juventus para permanecer de azul
e branco. Em seu tempo e enquanto jogou chegou a ser o futebolista mais Internacional
português, com mais jogos pela Seleção A de Portugal, nesse tempo em que havia
poucos jogos de seleções e durante longos anos também, mesmo depois, o mais
Internacional do FC Porto, com esse record mantido até aos anos 70.
interior
A propósito dos primeiros tempos de Virgílio como futebolista do F C Porto, temos desta vez excertos de publicações coevas, através duma entrevista do próprio à revista Stadium e da mesma uma coluna referente à temporada de seu serviço militar, ao tempo, dando mostras de amor à camisola, como se pode ler..
Para um enquadramento memorando, dando-se uma vista por seu curriculum
vitae, junta-se a biografia sobre ele constante em 2 Fichas das Selecções Desportivas, duas séries, de ambos os
lados:
Completando a narrativa curricular, junta-se um,a biografia sobre ele constante no blogue “Estrelas do FCP”,
onde, pela lavra de Paulo Moreira, consta todo o seu percurso público:
«Começou por jogar futebol no Grupo Desportivo dos
Ferroviários do Entroncamento. Ao futebol juntava o trabalho nas oficinas da
CP.
Certo dia partiu em direcção a Lisboa para efectuar testes
de futebol no S.L. Benfica. Esteve por lá durante três semanas mas não
conseguiu convencer os responsáveis do clube lisboeta e assim regressou ao
Entroncamento e ao trabalho de serralheiro na CP.
Um dia recebeu a visita de um tal Soares dos Reis (antigo
guarda-redes do Futebol Clube do Porto), que o queria levar para a cidade
Invicta. Virgílio aceitou o convite e foi treinar no Campo da Constituição sob
o olhar atento de Szabo. Já não voltou ao Entroncamento e muito menos às
oficinas da CP.
A sua estreia com a camisola do F.C. Porto aconteceu no dia
30 de Novembro de 1947 no Campo Mascarenhas, onde os Dragões, como equipa
visitante, venceram o Boavista F.C. por 3-0, num jogo a contar para a 2ª
jornada do Campeonato Nacional da época de 1947/48.
Em 1951 o R.C. Celta de Vigo ofereceu-lhe 500 mil pesetas e
um ordenado mensal de 15 mil pesetas, recusou a oferta e continuou a vestir a
camisola do F.C. Porto. Disse depois que trocar de clube por causa de dinheiro
era viver como um mercenário.
Na época de 1955/56, sob o comando do treinador brasileiro
Yustrich, Virgílio sagrou-se Campeão Nacional depois de os portistas estarem
sem perder 24 dos 26 jogos do campeonato. Também ajudou o F.C. Porto a
conquistar a primeira Taça de Portugal da história do clube ao vencer na final
o S.C. União Torreense por 2-0.
Na época de 1956/57, Virgílio foi um dos jogadores titulares
na equipa portista que se estreou nas competições europeias ao defrontar o
Athletic Club Bilbao na 1ª eliminatória da Taça dos Clubes Campeões Europeus.
Em 1957/58, voltou a levantar a Taça de Portugal depois da
vitória sobre o S.L. Benfica na final por 1-0.
Na temporada seguinte, 1958/59 e já com Bella Gutman como
treinador, Virgílio volta a conquistar o Campeonato Nacional.
Venceu ainda a Taça Associação de Futebol do Porto por sete
vezes.
Ao serviço dos Dragões Virgílio disputou 436 jogos oficiais, apontou
9 golos e conquistou 11 Títulos.
Foi Internacional por 39 vezes. No jogo de estreia com a
camisola da Selecção de Portugal contra a Itália e apesar da derrota por 4-1,
Virgílio foi o melhor jogador português em campo e anulou o famoso jogador
Carapelese. Por isso e desde esse dia foi que Virgílio ficou conhecido como o “Leão de
Génova”, cidade onde se tinha realizado o jogo.
Palmarés:
– 2 Campeonatos Nacionais da 1ª Divisão (Portugal)
– 2 Taças de Portugal
– 7 Taças Associação de Futebol do Porto »
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Antes ainda de ter terminado a carreira, em 1962/1963, teve
uma entrevista sintomática no jornal O Porto de 26 de dezembro de 1962
E por fim em O Porto de 6 de Abril de 1963 teve um “Obrigado
Virgílio”, com uma página de «OS “ASES” NA INTIMIDADE
Jogou então até à época de 1962/1963, tendo representado o FC Porto como jogador ao longo de 16 anos.
Ao acabar a carreira de futebolista ficou como treinador das
camadas jovens do FC Porto, tendo com os Juvenis e os Juniores sido Campeão Nacional
também nessas funções. Incluindo por vezes ter colaborado como treinador
adjunto no plantel sénior esporadicamente e mesmo episodicamente até principal responsável, aquando de mudanças de treinador contratado. Além de também ter chegado a experimentar o lugar de treinador em clubes regionais, como aconteceu com o Rio Tinto. Por fim passou a responsável do Lar
do Jogador Júnior/Casa do Dragão, além de colaborador em diversas áreas, sempre ao serviço do Futebol Clube do Porto.
Aquando da inauguração do Rebaixamento das Antas, para aumento da lotação com acrescento das bancadas, assim como no Festival comemorativo dos 50 anos do mesmo estádio das Antas, participou
como sobrevivente dos que jogaram na inauguração do mítico estádio.
Falecido em abril desse ano de 2009, teve no mês seguinte uma
particular homenagem no estádio do Dragão, através duma realização patrocinada pelo FC Porto
e organizada por amigos, com um encontro particular entre seus amigos, de velhas glórias
e antigos jogadores treinados por Virgílio, no dia 17-05-2009. Tendo esse grupo
então estado no relvado do Dragão, dias depois do seu falecimento, em momentos
de convívio com bola, numa singela homenagem ao “Leão de Génova”, perante
a presença de familiares de Virgílio a assistirem na bancada.
Passados anos, em 2015, na Gala “Quinas de Ouro 2015″, da Federação
Portuguesa de Futebol, Virgílio foi homenageado entre outros como um dos Lendários
de sempre. Lalgo significativo por a FPF aí quase que só se lembrou de futebolistas dos
clubes de Lisboa… mais uma vez. A ponto de nem terem chamado ninguém ao palco
para receber o trofeu em nome de Virgílio.
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