Américo Boavida foi um antigo futebolista e sobretudo um dos
antigos jogadores que alinharam na equipa principal de futebol do Futebol Clube
do Porto, entre as épocas de 1945/46 e 1946/47. Embora tenha vestido a camisola
do FC Porto praticamente apenas durante duas épocas, ficou com aura de muito
habilidoso e com nome gravado na História do FC Porto como integrante da equipa vencedora do Campeonato do Porto de 1946/47.
(Américo Boavida teve um irmão que de seguida veio também jogar no FC Porto,
Diógenes Boavida, integrante do plantel portista em 1948/49. Tendo esse,
Diógenes, integrado a célebre Caravana da Saudade da viagem da embaixadora equipa
do FC Porto a África, em 1949. Tendo o mais novo dos irmãos, Diógenes, depois ao abrigo da
lei estudantil da época ido jogar para a Académica e em Coimbra formou-se em
Direito, tendo por fim jogado ainda no Belenenses. Já como respeitado advogado,
foi sempre um dos lutadores pela independência de Angola e em Janeiro de 1975
fez parte da delegação oficial do MPLA que assinou o acordo para a
independência. Foi ainda Ministro da Justiça no governo de transição e também nos
governos seguintes. Faleceu no dia 25 de Fevereiro de 2012.)
Não havendo continuado,
entretanto, por se ter dedicado aos estudos, Américo Boavida acabou depois por se formar em Medicina,
tornando-se afamado médico. De permeio com ligações aos movimentos políticos
pró-independência de Angola, como mais tarde esteve envolvido na mesma guerra.
Conforme consta no seu currículo: «Respondendo a um apelo lançado pela direcção
do MPLA para a abertura da Frente Leste na Guerra de Independência de Angola,
Américo Boavida, acompanhado pelo comandante José Mendes de Carvalho, mais
conhecido como Hoji-ya-Henda, deslocou-se para a nova frente de combate, onde
desenvolveu uma extenuante acção médico-sanitária em vastas regiões do Moxico e
do Cuando-Cubango, organizando os Serviços de Assistência Médica do MPLA. Na
manhã do dia 25 de Setembro de 1968, Américo Boavida foi vitimado por um
bombardeamento aéreo do exército português à “Base Hanói II” do MPLA,
onde se encontrava, perto do rio Luati e da floresta de Cambule, no Moxico. O
nome de Américo Boavida é hoje associado ao Hospital Universitário de Luanda,
em Rangel, e também à rua onde morava em Ingombota. A data da sua morte foi
escolhida para institucionalizar em Angola o “Dia Nacional do Trabalhador
da Saúde”.»
Ora, sobre Américo Boavida foi escrito um livro, publicado
em 2015 e da autoria do historiador angolano Fernando Correia: “AMÉRICO BOAVIDA Tempo e Memória (1923-1968)”. Livro esse que
consta entre livros da biblioteca pessoal do autor deste blogue, por se tratar
de um antigo futebolista do FC Porto. Como se ilustra por imagens de algumas
fotos incluídas no mesmo livro, onde é referida a sua passagem pelo FC Porto,
também.
Armando Pinto
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