A 24 de abril de 1966 disputou-se em Alvalade, no antigo estádio José Alvalade, na capital política do país, um jogo de futebol,entre as equipas principais de Sporting e FC Porto, a contar para o então Campeonato da 1ª Divisão Nacional da época de 1965/1966, à 25.ª e penúltima jornada dessa prova. Jogo que o Sporting precisava de ganhar para se manter na liderança e poder vencer esse campeonato. Pois então, o FC Porto que ia até um pouco distante na pontuação e disputava apenas o 3º lugar, nesse ano, estava a fazer um jogo descontraído mas com uma exibição deveras segura, na confiança que lá atrás dava o guarda-redes portista, visto que Américo estava a fazer uma portentosa exibição e não havia meio de deixar-se bater… Estava como treinador interino do FC Porto, à frente do esquadrão azul e branco, o antigo defesa internacional Virgílio Mendes, célebre Leão de Génova que nessa época esteve como treinador-adjunto e por fim assegurou o lugar principal. Pois Virgílio, vindo do Entroncamento para o FC Porto há muitos anos, sabia que o árbitro desse encontro, João Calado, era sportinguista ferrenho, atento a esse fenómeno também do Entrocamento ser nomeado para dirigir e decidir esse prélio… Como acabou por resultar. Tanto que como Américo estava a defender tudo, ele acabou por o expulsar, sabendo que como não havia ainda substituições nesses caso (mas epenas por lesão do guarda-redes), tinha de ir para a baliza um jogador de campo. Com o cúmulo de depois ainda falsear o relatório, com a aprovação federativa, de modo que Américo “apanhou” pesado castigo de 8 (oito !) jogos de suspensão.
Esse foi assim dos muitos exemplos da roubalheira do sistema pró-clubes da capital. Havendo também esse exemplo que jamais se pode esquecer. Quão foi a expulsão do guarda-redes Américo, em 1966, porque o Sporting não conseguia marcar um golo, um golo que necessitava para continuar à frente do Campeonato, estando o Américo a defender tudo o que lhe aparecia diante da baliza. Havendo o árbitro, por isso, inventado um penalti, para resolver a questão que o estava a preocupar. E então (como nesse tempo ainda não havia substituições, tendo de ir para a baliza um outro elemento da equipa), sem o guarda-redes do FC Porto em campo e com um jogador da frente a ter de fazer de guarda-redes, já os do Sporting ganharam e conseguiram até marcar quatro… Conforme ocorreu, sendo árbitro esse tal João Calado, do Entroncamento, que era sportinguista doente como todos os seus conhecidos sabiam e o seu conterrâneo Virgílio afirmou perentoriamente… mas de nada valendo. A não ser que, para cúmulo, os do sistema BSB deram ao Américo um castigo de 8 jogos – para assim ele não poder jogar mais durante muito tempo e, como tal, não repetir vitórias anteriores em prémios e distinções de menos batido e regularidade, para outros de Lisboa ganharem.
Isto não se pode esquecer e tem sempre de ser lembrado. Conforme as imagens ilustrativas que se juntam (na sequência de fotos publicadas no jornal O Norte Desportivo, em sua edição de 28 de abril de 1966, referentes ao jogo disputado a 24 de abril) – quais pedaços de cibos históricos.
Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens )))
Este artigo foi originalmente publicado neste site