Órgãos federativos criticados após absolvição de Colombatto por alegados insultos racistas.
O FC Porto recorreu à “newsletter” do clube para disparar contra o Conselho de Arbitragem (CA) e o Conselho de Disciplina (CD) da FPF, depois de este ter absolvido Colombatto no caso em que Pepe o acusou de lhe ter chamado “mono” (macaco em espanhol), no jogo da segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal de 2022/23. Apesar de a instrutora do processo ter defendido a existência de indícios da prática de infração disciplinar, o acórdão revela que “os meios de prova juntos aos autos não são suficientes para suportar, com o grau de certeza exigível”, a suposta atitude do ex-jogador do Famalicão, já que tanto o árbitro Manuel Mota como o avançado famalicense Jhonder Cádiz, que se encontravam no local, testemunharam nunca ter ouvido tal palavra.
Para esta ausência de provação contribuiu também o órgão liderado por Fontelas Gomes, uma vez que, segundo o documento, não facultou os sons do VAR do período temporal em que terá acontecido o insulto, “mesmo após insistência” da instrutora.
Segundo explicou a O JOGO fonte da FPF, o CA nunca entregou áudios noutros processos que também tinham sido pedidos e fazê-lo agora seria abrir um precedente. Mesmo assim, a postura não caiu bem à SAD do FC Porto, ainda por cima numa altura em que algumas conversas entre os árbitros têm sido divulgadas num programa televisivo. “Uma vez que o incidente ocorreu perto do árbitro principal e que é provável que o registo sonoro permitisse descortinar o teor das palavras de Colombatto, é inusitado que o Conselho de Arbitragem não tenha aceitado colaborar com a justiça e que o Conselho de Disciplina não se tenha empenhado na obtenção do máximo de informação possível”, sustentam os dragões.
O FC Porto entende que o argumento utilizado para alicerçar esta decisão “é falso”, considerando que o órgão “liderado por Cláudia Santos optou por desconsiderar” as “declarações e a reação espontânea e indignada de Pepe” após o incidente. Os portistas consideram que o CD “não se empenhou na descoberta da verdade”, quando sanciona “os clubes quando por qualquer motivo não colaboram em situações semelhantes”. “Aos 40 anos e mais de duas décadas depois do arranque de uma carreira que o coloca no topo do futebol mundial, Pepe vê assim um insulto racista que lhe foi dirigido passar impune na sequência de uma decisão lamentável do Conselho de Disciplina da mesma federação de futebol que ele orgulhosamente representa desde 2007”, rematam.
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