Fernando Madureira, conhecido por “Macaco”, e Hugo Carneiro, apelidado de “Polaco”, permanecerão sob custódia preventiva. A decisão foi tomada pela juíza de Instrução Criminal do Porto, que não encontrou bases para transferi-los para prisão domiciliária, apesar dos pedidos dos arguidos. Ambos são acusados de envolvimento em diversos delitos investigados na Operação Pretoriano.
Fontes próximas ao caso informaram ao JN que, apesar dos relatórios sociais serem favoráveis tanto a Madureira, líder dos Super Dragões, quanto a “Polaco”, a juíza manteve a prisão preventiva. Ela argumentou a ausência de novos elementos que justificassem a mudança da medida coerciva, reforçando que os motivos iniciais para a detenção dos dois suspeitos ainda se aplicam.
De acordo com a magistrada, os riscos de interferência no inquérito e de continuação das atividades ilícitas ainda são relevantes. Há preocupações de que possam influenciar testemunhas ou cometer novos crimes, o que justifica a continuação da prisão preventiva de “Macaco” e “Polaco”, diferentemente de Vitor “Catão”, que recebeu autorização para cumprir prisão domiciliária.
Contexto de Tensão na Assembleia Geral
Fernando Madureira e “Polaco” estão detidos desde 7 de fevereiro, relacionados à Operação Pretoriana que apura incidentes numa Assembleia Geral extraordinária do FC Porto. Segundo o Ministério Público, a claque Super Dragões visou “criar um clima de intimidação e medo” nessa assembleia, realizada a 13 de novembro de 2023, para assegurar a aprovação de uma revisão estatutária favorável à direção corrente.
Em 31 de janeiro, a operação da PSP resultou na detenção de 12 pessoas, incluindo Madureira e dois empregados do FC Porto. “Macaco”, “Polaco” e “Catão” foram inicialmente colocados em prisão preventiva, sendo que “Catão” teve sua medida alterada para prisão domiciliária.
Outros Arguidos e Condições
Seis outros arguidos, entre eles Sandra Madureira, esposa de “Macaco”, foram libertados com restrições específicas, incluindo a proibição de contactarem com partes do processo e membros da direção dos Super Dragões, além de restrições de acesso a eventos desportivos do FC Porto. Eles devem ainda comparecer à esquadra local três vezes por semana e em dias de jogos do FC Porto. Três outros arguidos foram libertados sob condições menos severas, limitadas a evitar contato com os envolvidos no processo, excluindo familiares diretos.
Os crimes investigados incluem “ofensa à integridade física em contexto desportivo, coação e ameaça agravada, instigação pública ao crime, lançamento de objetos e violação da liberdade de informação”, conforme detalhado pela Procuradoria Distrital do Porto.