Há uns anos dizia-se, sobre a superioridade e hegemonia portistas, que o FC Porto não falhava nos momentos decisivos. Era o clube que não jogava as finais, ganhava-as. Era o clube que, também, quando tinha que ganhar, ganhava. O rival perdia pontos numa deslocação qualquer por esse país fora. O Porto, ora jogando em casa, ora jogando na Madeira, Setúbal, Faro ou Alvalade, fosse onde fosse, não desperdiçava a oportunidade: marcava um ou dois golos, fechava-se atrás e saía dos terrenos contrários com mais 3 pontos. Era assim por tradição. Foi assim durante muitos e bons anos.
Era a chamada cultura de vitória. Ou a Mística. Ou o vício de ganhar. Ou a famosa estrutura, também. A estabilidade, oriunda de um Presidente sempre presente. Uma máquina já montada e bem oleada. O sistema, diziam os paineleiros sulistas de ocasião.
Fosse o que fosse, era verdade que o FC Porto não falhava. Era comum vermos o nosso clube acabar campeonatos com 12, 15, 18 pontos de vantagem sobre o segundo classificado. Era o pão nosso de cada ano. Equipas dominadoras, mandonas, compostas por homens com H grande (como se dizia na altura), capazes de comer a relva. Homens que tinham conquistado o direito de ir a qualquer campo de Portugal Continental & Ilhas lutar pela vitória até ao fim do apito arbitral.