Cumprindo a minha tradição neste blog há já alguns anos, aqui vai a minha análise ao desempenho dos jogadores na época 14/15:
FABIANO – Teoricamente este seria o ano da confirmação para um GR que já tinha demonstrado bom potencial no ano passado. É com imensa pena que o digo, mas a verdade é que Fabiano não demonstrou as características necessárias que se impõem a um GR do FC Porto. Não deixa também de ser verdade que a herança deixada pelos últimos GR do clube não era fácil (Helton, Baía e antes Młynarczyk) mas parece-me evidente que Fabiano errou em momentos onde não poderia errar. Nos momentos importantes os grandes GR têm de transmitir confiança, qualidade e tranquilidade e Fabiano esteve mal pelo menos em dois momentos importantes: derrota no Dragão por 2/0 frente ao rival direto, onde foi muito mal batido no 2º golo defendendo para a frente um remate fraco (algo inadmissível num GR que joga ao mais alto nível), um lance que complicou muito a reviravolta num jogo onde o FC Porto até estava a ser superior e desastre de Munique, onde a sua cara de pânico e a forma lenta como se fez a pelo menos 2 golos ajudaram a revelar que se calhar Fabiano não será o GR que todos gostaríamos que fosse.
HELTON – Regressou após longo período de lesão e não comprometeu nos jogos que realizou. Agarrou a titularidade após o desastre de Munique e é triste constatar que num clube com tantos GR, inclusive na equipa b, o melhor é um que tem 37 anos. Deverá permanecer mais um ano porque a sua saída seria apenas mais um problema a juntar a todos os outros que irão surgir neste defeso.
FERNÁNDEZ – Com Ricardo, mais uns quantos GR na B e juniores, não percebi, não percebo, nem provavelmente irei perceber o porquê de se ter ido buscar um GR a uma equipa do fundo da tabela da Liga Espanhola. Não acrescentou nada, apenas aumentou de forma desnecessária o contingente espanhol e a folha salarial.
DANILO – A melhor época ao serviço do FC Porto. O melhor defesa do FC Porto este ano, bem a defender e ainda melhor a atacar. Vendido para o Real por muitos milhões de €. Onde estão as alminhas que tanto duvidaram em relação ao preço pago pelo FC Porto pela aquisição deste lateral internacional brasileiro?!?! Pois, arrumaram a viola dentro do saco. Um excelente negócio, honra seja feita à SAD!
ALEX SANDRO – Uma época de altos e baixos. Um final de época miserável, que teve no jogo do restelo o seu expoente máximo. É muito simples: se tem vontade para continuar com a cabeça no lugar certo, que fique como mais-valia, se quer sair para outro lado que vá e rápido. Com o passar dos anos cada vez me convenço mais que é melhor um jogador mais fraco motivado do que um bom jogador contrariado. Dá sempre a sensação que Alex Sandro pode dar muito mais do que aquilo que tem dado ao longo desses anos.
JOSE ANGEL – Nas oportunidades que teve demonstrou muito pouco face a um ordenado seguramente muitas vezes superior a qualquer dos laterais da equipa b. Época muito fraca.
REYES – Não evoluiu praticamente nada em relação à época anterior. Nervoso, pouco concentrado e desastrado nos jogos em que jogou a verdade é que cada vez mais há a sensação que o mexicano foi um tiro ao lado da SAD. A verdade é que não se pode acertar sempre e a SAD já acertou muitas vezes, desta vez parece que falhou redondamente. Espero estar enganado em relação ao futuro deste central.
MARTINS INDI – Foi titular até à derrota nos Barreiros, jogo onde curiosamente me lembro de ter falhado um golo de baliza aberta que poderia ter mudado o rumo do jogo. Ainda assim, quando jogou demonstrou qualidade e concentração, apesar de por vezes exagerar no contacto físico.
MAICON – Foi dos mais utilizados no eixo central, alternando a dupla ora com Martins Indi, ora com Marcano. Deste modo, foi um dos responsáveis por termos sido a defesa menos batida do campeonato. Diria que não fossem aqueles terríveis 25 minutos em Munique em que Maicon esteve, juntamente com quase toda a equipa, em “paragem cerebral”, teria sido uma época a muito bom nível. Boa época ainda assim!
MARCANO – Ganhou a titularidade no exato momento em que Martins Indi a perdeu. Exibiu-se a bom nível durante largo período até que, mais uma vez o maldito Munique, entrou em “paragem cerebral” durante 25 minutos e também ele contribuiu para um desastre completo. Apesar disso, e porque uma época não se analisa num jogo, o espanhol teve um bom desempenho na sua primeira época. É um elemento a manter pela experiencia e qualidade que adiciona ao plantel.
RICARDO PEREIRA – A maior parte dos jogos que realizou foram na taça da Liga ou na equipa b. Quando jogou na equipa principal demonstrou alguma qualidade no momento ofensivo mas a defender está muito longe de um nível aceitável para o FC Porto. Tem de evoluir mais.
CASEMIRO – Vinha com selo de internacional brasileiro e jogador do Real Madrid. Começou a época com exibições muito aquém do esperado, demasiado impetuoso e faltoso e com demasiados passes falhados. À medida que a época foi decorrendo melhorou muito até se tornar uma das peças fundamentais do meio-campo. Para além do bom sentido defensivo, tem um excelente remate (marcou 4 golos) e envolve-se bem nas ações ofensivas. Dava jeito que ficasse pelo mais um ano, pois conhecendo melhor onde está, pode ser um elemento fundamental na próxima época.
RÚBEN NEVES – Uma aposta contínua de Lopetegui num jovem vindo da formação do clube, algo que pelo que me lembro raramente tinha acontecido nos últimos anos. Mostrou muita qualidade para a idade que tem e uma enorme margem de progressão.
CAMPAÑA – Pergunto: para quê ter ido buscar um jogador que fez 139 minutos no campeonato? Não percebi a sua contratação e pelos vistos a sua utilidade foi tão reduzida que nem vou comentar muito o seu desempenho.
HERRERA – É dos casos mais estranhos que tenho visto nos últimos anos. Herrera marca golos? Marca. Herrera envolve-se muito bem nas ações ofensivas, aparecendo muito em zonas de finalização? Sim. Herrera tem qualidade? Tem. Tudo isto é verdade mas tem um problema muito grave para um jogador do futebol de hoje em dia: a lentidão com que executa as suas ações fá-lo perder imensas bolas em zonas de construção, o que é grave no modelo de jogo que Lopetegui implementou. Tenho imensas dúvidas em relação à utilidade da sua continuidade. O jogo que fez no restelo por exemplo, em que falhou sem exagero mais de 70% dos passes que tentou fazer num jogo que pelo menos adiaria o título, adensaram as minhas dúvidas em relação a este jogador. Veria com bons olhos uma possível saída mediante um bom negócio porque tenho muitas dúvidas que Herrera consiga ter concentração para se tornar num jogador com fiabilidade máxima, apesar da qualidade que inegavelmente tem.
ÓLIVER – Um jogador de enorme qualidade que infelizmente deve ter tido a sua primeira e última época de Dragão ao peito. Teve momentos de grande qualidade, tecnicamente muito bom, apesar do apagamento em alguns jogos decisivos.
QUINTERO – É um desperdício a forma como Quintero praticamente rejeita o papel que poderia ter na equipa. Não se pode queixar de falta de oportunidades mas não correspondeu ao que a sua qualidade lhe poderia levar. É um jogador de elevada qualidade técnica que não percebo como desperdiçou praticamente uma época inteira. Um caso difícil de resolver para o ano porque rendendo o mesmo que este ano, será pouco útil.
BRAHIMI – Uma primeira parte da época a grande nível, com golos importantes e muita importância na manobra ofensiva da equipa. Depois do regresso da CAN não foi o mesmo jogador. Espero que ficando para a próxima época seja o “bom Brahimi” em vez do “apagado Brahimi” dos últimos meses.
QUARESMA – Em minha opinião, foi de entre todas as épocas de Dragão ao peito, a época de menor fulgor exibicional de Quaresma. É verdade que marcou alguns golos importantes e fez também assistências mas não conseguiu grande regularidade nas boas exibições. Ainda assim a exibição frente ao Bayern é digna de registo, numa grande vitória perante uma das mais fortes equipas mundiais.
TELLO – Começou a época de forma intermitente com alguns problemas na definição das jogadas (em alvalade poderia ter feito o 2/1 a um minuto do fim). Mas quando acertou o passo, com a sua velocidade estonteante e qualidade típica de alguém formado na famosa cantera de Camp Nou, passou a ser um elemento fundamental na equipa. Marcou golos importantes que nos mantiveram na luta, nomeadamente em Braga e no Dragão frente ao scp mas na altura decisiva da época lesionou-se e falhou desafios importantes como Munique e galinheiro. E que falta fez a velocidade e criatividade do espanhol. É importante que continue porque é um jogador com enorme qualidade.
JACKSON – Não há dúvidas para ninguém que Jackson é um dos melhores pontas-de-lança mundiais da atualidade. Foi 3 vezes seguidas o melhor marcador do campeonato, contribuiu muito para o tricampeonato de 2013 (sim conseguimos um tri há 2 anos, parece que foi há um século atrás!) e foi sempre um bom profissional dentro de campo (apesar de algumas conversas infelizes fora dele). Esta época esteve mais uma vez a um bom nível, marcou muitos golos importantes e na Champions foi também muito importante. Nos quartos da Champions demonstrou mesmo que é um jogador de top mundial, primeiro num jogo fantástico no Dragão e depois em Munique foi o único a remar contra a maré e na 2ª parte podia mesmo ter feito o 5/2 logo após o 5/1, golo que nos faria reentrar na eliminatória a 15 minutos do fim. Lutou sempre e muito. Apesar da boa época, fez uma ponta final terrível, falhou um golo certo no restelo que adiaria por mais uma semana o título e falhou imensos golos no jogo de despedida frente ao Penafiel. Provavelmente sairá daqui a algumas semanas. Não será difícil algum clube dar 35 milhões por Jackson, estranho seria o colombiano sair por menos, acho até que 40 milhões era o preço justo para Jackson. Dado o previsível forte encaixe financeiro, dado que o FC Porto detém 95% do passe do colombiano, torna-se imprescindível investir forte num ponta-de-lança para substituir Jackson.
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