Caxineiro de gema , nascia há 26 anos atrás em Vila do Conde o novo herói do Dragão. O seu pai após passagens por Rio Ave ou Varzim, brilhava com a camisola do FC Porto. Tornava-se num dos idolos da sua geração para os adeptos azuis e brancos. André, era o seu nome, o mesmo nome com que baptizava o seu filho, mas longe de imaginar que um dia o trono que fora seu, seria herdado pelo seu pequeno rapaz. André Filipe Brás André, um nome aparentemente demasiado humilde para tanta classe, demasiado pequeno para alguém omnipresente, demasiado simples para alguém tão brilhante. Mas, desenganem-se aqueles que acham que o jovem André Filipe teve qualquer tipo de facilidade para chegar atingir o seu sonho por ser filho de uma antiga glória portista, na verdade, o seu percurso, demonstra que André cresceu na carreira da mesma forma como cresce em campo, com garra e persistencia.
André André fez toda a sua formação no Varzim tendo tido uma ligeira passagem pelos juniores do FC Porto. Após essa curta passagem pelos azuis e brancos, o jovem caxineiro regressou ao Varzim, onde, na primeira época como sénior se afirmou na equipa poveira. 26 jogos e 2 golos perspetivavam a consolidação de uma carreira ainda aos 19 anos. Na época seguinte, 26 jogos e 5 golos davam a continuidade á progressão do jovem que sonhava vestir a camisola do FC Porto. Curiosamente, André André só foi 1 vez internacional pelas seleções jovens em Portugal. 1 único jogo pelos sub-19 portugueses mostrava a incompatibilidade entre a sua qualidade real e a forma como era visto no panorama do futebol nacional.
Na terceira época, as dificuldades. Uma época onde André disputava apenas 5 jogos pelo Varzim e, após uma experiencia mal sucedida em Espanha no Deportivo da Coruña B onde disputou apenas 3 jogos, ficava no ar a sensação que o jovem poderia não corresponder às expetativas. Pois, mas André André é sinónimo de preserverança, e, de regresso á Póvoa, 34 jogos, 12 golos e a conquista do titulo da II Divisão depois, despertava o interesse do escalão principal, o interesse de um clube que lutava pela Europa. Chegava a Guimarães e logo na primeira época impunha-se no conjunto da cidade berço. 31 jogos e 1 golo que culminaram na histórica conquista da Taça de Portugal. Seguiu-se a época 2013/2014 , a estreia na Europa onde jogou 6 partidas pelos vimaranenses na Liga Europa , perfazendo um total de 37 jogos e 4 golos. Até que chegou a época da verdadeira afirmação, André André evoluiu atributos como a finalização e tornou-se absolutamente nuclear na forma de jogar do Vitória tendo, na época passada feito 34 jogos e 11 golos. Foi um dos melhores jogadores do campeonato e atingiu o seu sonho … Assinava pelo FC Porto e iria vestir de azul e branco aos 26 anos de idade.
No inicio da época, com o excelente Euro Sub-21 de Sérgio Oliveira, as chegadas de Danilo ou Imbula e a insistencia em encontrar um 10 puro, faziam crer que André André teria escassas oportunidades de vingar no Dragão. Chegou, inclusivamente a falar-se numa hipotética transferencia para Málaga, que não se veio a confirmar. Aos poucos e poucos , André André foi jogando e conquistando o seu espaço e, após o fim do jogo em Arouca, já ninguém tinha dúvidas… Tinha nascido uma estrela na constelação azul e branca. Ontem, após receber a bola de Varela e subtilmente bater a bola fora do alcance de Júlio Cesar, André André entrou para a história. Para a história do FC Porto mas, principalmente para a sua própria história, pois, aquele menino que sonhava marcar ao Benfica realizou o seu sonho, sendo agora, o principio de uma era que tem tudo para ser dourada de azul e branco.