1. O FC Porto empatou 0-0 em casa com o Braga e deixou de ser o líder do campeonato nacional. Pelo que fez, os portistas mereciam a vitória, mas, também pelo que lutou, o Braga mereceu o empate. O FC Porto tentou e voltou a tentar, bateu e voltou a bater mas não conseguiu marcar um golo e a ideia que fica é que podíamos ficar ali a noite toda que a bola nunca entraria. O Braga defendeu muito e bem! O FC Porto teve muitas dificuldades a conseguir penetrar na área e raramente chegou à pequena área. Quando o conseguia não tinha espaço para tabelas, fintas ou remates. Os bracarenses também estiveram irrepreensíveis na recuperação defensiva: recompuseram-se sempre rapidamente e em grande número o que impossibilitou os contra-ataques dos portistas que são uma das suas principais armas desequilibradoras.
2. Cedo se percebeu que a tarefa não ia ser fácil: o FC Porto entrou a jogar com pouca intensidade e pouca imaginação e só aos 20 minutos começou a impor o seu jogo. Ainda assim, foi sempre um domínio mais consentido do que conquistado tal era a lentidão na circulação da bola e tamanha era a falta de profundidade nas alas. Cissoko, com clara falta de confiança, nunca deu o apoio necessário a Brahimi, Imbula foi mais travão do que acelerador e Tello nunca foi profundo e desequilibrador como a equipa tanto precisava.
3. O treinador também se apercebeu destas dificuldades desde cedo e aos 15 minutos já fazia aquecer Rúben Neves. O problema foi que as vicissitudes do jogo fizeram com que o jovem jogador fosse o último a entrar em campo e quando já era tarde. Aliás, este empate começou a ser conquistado pelo Braga ainda na conferência de imprensa de antevisão do jogo: ao passar a ideia de grande ambição o treinador do Braga levou o treinador do FC Porto a esperar uma equipa que jogasse no campo todo, o que o levou a prescindir do seu melhor jogador em troca de mais consistência no meio-campo.
4. O FC Porto continua a ter dificuldades frente a equipas que se fechem muito mas o momento do jogo aconteceu logo aos 8 minutos quando Aboubakar numa jogada de levantar um estádio leva a bola a rasar o poste da baliza do Braga. Tivesse esse golo entrado e tudo seria diferente. Miguel Layún fez mais um bom jogo e vai-se assumindo como uma excelente contratação e como peça importante da equipa (à esquerda ou à direita) e André, que antes do jogo começar recebeu o prémio de melhor jogador do campeonato nos meses de Agosto e Setembro, arrisca-se a levar também com o prémio de Outubro: foram 90 minutos em grande plano, em que fez de tudo e tudo bem, só lhe faltando mesmo marcar o golo que desse a vitória.
5. O treinador que um dia ajoelhou no Dragão atirou ao tapete a sua antiga equipa, no seu antigo estádio. Um Sporting à Jorge Jesus goleou um Slb órfão de Jorge Jesus. O treinador levou e implementou, até agora com sucesso e porque o campeonato é o principal objectivo de qualquer equipa, em Alvalade a sua ideia de jogo. O Slb, que mandou embora o treinador Jorge Jesus, ficou como o burro: no meio da ponte e sem saber para onde ir. Podem vir com a conversa de que o projecto é a médio/longo prazo e que das bancadas ainda vem apoio à equipa. Isso depressa mudará. Basta os adeptos começarem a interiorizar a ideia de que não foi o treinador que os atraiçoou, mas sim que foi o ego da estrutura e do presidente que não aguentaram mais ficar sempre em segundo plano.
Não deixem de me seguir no Twitter em https://twitter.com/jfernandorio