“O céu é azul e tem nuvens brancas, é da cor do clube do estádio das Antas. O azul e branco, minha cor preferida, é a cor do Porto é a minha vida!”
Crescemos todos, sem exceção, a ter o azul e branco como marca de identidade do nosso clube. Aquela conjugação de cores, a entrar no relvado aos domingos à tarde sempre foi um momento mítico para todos quantos amam e sofrem pela instituição fundada por António Nicolau d’ Almeida. Tudo o que fugisse a estes tons, não eram associados ao nosso Porto. Tudo o que não fosse azul e branco, não era nosso!
Os tempos evoluíram, a indústria do futebol evoluiu, os resultados financeiros como bem sabemos passaram a ter uma maior importância, a visão mercantilista do desporto apoderou-se dos clubes.
Tudo isto arrasta consigo a perda de identidade e de valores intrínsecos ao próprio clube, e faz-nos perceber que os donos disto tudo não são os sócios, os que verdadeira e desinteressadamente amam o seu clube, mas sim o poder económico.
No nosso caso, e é esse que nos interessa, cabe a cada um de nós lutar pela manutenção das nossas próprias raízes, das nossas próprias características distintivas, da nossa própria identidade. E se há coisa que nos marca a todos, julgo eu que são as nossas cores: o azul e branco!
Não quero entrar aqui em grandes divagações. Quero ser conciso e direto.
Percebo a importância do Marketing e do Branding, e inerentemente os interesses comerciais e/ou financeiros associados.
Não perceberei nunca que, em 13 jogos oficiais, apenas tenhamos jogado em 7 ocasiões de azul e branco! É pouco mais de metade das vezes… são quase tantas as vezes que jogamos de azul e branco como aquelas em que jogamos de amarelo!!!
E é isto que eu já não posso entender e jamais aceitar…
Não me interessa quem são os responsáveis ou quem se quer desresponsabilizar do tema.
Pouco me importa se a Liga propôs, indicou ou influenciou o que quer que fosse.
Basta ir ver o histórico de confronto com as equipas contra quem vestimos de Amarelo, para perceber que noutras ocasiões vestimos de azul e branco… a não ser que agora estejam todos preocupados que possamos ser daltónicos.
Isto pode parecer uma bacoquice, uma lamechice ou até mesmo uma parolice.
Mas não, é uma questão de cultura… cultura que existiu e está a desvanecer-se!
Não podemos depois ficar surpreendidos por ir ver os sub-17 e ver o Leandro Campos de chuteiras vermelhas (como é possível isto acontecer até na formação????) ou, um jogador de andebol, formado na casa, jogar de sapatilhas dessa mesma cor.
Pergunto: de quem é a culpa? Dos atletas que demonstram falta de respeito para com a instituição e associados, que demonstram falta de identificação com os valores do clube e sua cultura, ou culpa de quem manda por aparentemente negligenciarem temas tão simples mas tão castradores da nossa identidade?
Hoje e sempre, Contra o Futebol Moderno.
Hoje e sempre, defensor das Velhas Maneiras.
Hoje e sempre, defensor do Porto Bairrista e de identidade Tripeira!
Até sábado, no sítio do costume!
Texto de: https://bibo-porto-carago.blogspot.pt