Farto-me de prometer a mim mesmo que não escreverei aqui sobre futebol. Sempre que escrevo é certo e sabido que chovem insultos , ameaças e tolices do género – aliás, nem é preciso ser aqui, basta a minha crónica na Bola ou participação num qualquer programa. Há, todos o sabemos, gente cuja vida se resume à relação que têm com o clube de que gostam e não sabem que existe mais uma coisa ou outra bem mais importante.
É assim que as coisas são e que remédio tenho senão aceitá-las.
Lá vou faltar à minha promessa.
Hoje começa o meu campeonato: o FC Porto joga a primeira jornada. É, desde que me conheço, um dia importante na minha vida. O FC Porto é parte da minha vida, um amor incondicional, uma paixão eterna e estará na minha mortalha. Mas não é desse amor desregrado e que me faz tantas vezes dizer e fazer coisas que não faria ou diria se esse sentimento não me preenchesse tanto que quero falar.
Queria daqui dizer a todos os adeptos dos outros clubes, os que me respeitam e até os que me insultam, que, no fundo, gosto deles, e que, ainda mais no fundo, os sinto parte daquilo que também sou. Sem eles e os seus clubes, o meu amor pelo FC Porto faria menos sentido, seria mais triste. Entendo-os, porque também sinto o que eles sentem.
Para eles o meu abraço.
Entretanto. Força FC Porto, a curva que tenho no peito vai sempre seguir-te. Até os comemos
CRÓNICA: Pedro Marques Lopes