“Podemos observar que algumas propostas que nós defendemos em 2020 e 2024 estão a ser carregadas por outras campanhas. Isso me enche de orgulho. No entanto, o meu foco é buscar um resultado superior ao que alcancei em 2020″, expressou o empresário e académico, durante uma entrevista à agência Lusa.
Em contraponto à tendência de uma única candidatura nas eleições dos ‘dragões’ desde 1991, Nuno Lobo ousou ser oposição há quatro anos. Contudo, ficou atrás de Pinto da Costa, que foi eleito para o seu 15º mandato consecutivo, tendo arrecadado 68,65% dos votos, e do advogado José Fernando Rio, o segundo mais votado, com 26,44% dos votos.
“A melhor vitória será o FC Porto vencer o Sporting em casa, neste domingo, pela 31ª rodada da Primeira Liga de futebol, e na segunda-feira, que o presidente eleito, quem quer que seja, continue a trabalhar intransigentemente na defesa dos interesses do clube. Acima da minha candidatura, sempre prevalece o FC Porto. As pessoas se fixam nos resultados, mas costumam ignorar o árduo trabalho realizado por esta candidatura, cujo único propósito é servir ao clube. Fomos pioneiros em apresentar e disponibilizar um programa de ação”, frisa.
Nuno Lobo lamenta que várias propostas que promoveu em 2020 “tenham sido negligenciadas desde então” pela direção do Porto. O empresário de 54 anos, ambiciona uma “evolução contínua” com a sua recandidatura, mas rejeita uma “ruptura total” com a gestão atual.
“Em 2020, o SAD registou um resultado líquido negativo de quase 120 milhões de euros, e André Villas-Boas foi o primeiro a apoiar a candidatura de Pinto da Costa. Isto implica que estava de acordo com o que estava a acontecer no FC Porto. Como não concordei com o estado das coisas, avancei para as eleições. Contudo, sempre acolho uma pluralidade de ideias. Isso é crucial para o futuro do clube”, sublinhou.
Com o lema “Sim, somos Porto – projetar o futuro respeitando o passado”, Nuno Lobo nomeou Luís Barradas e Heleno Roseira como os principais candidatos à Mesa da Assembleia Geral e ao Conselho Fiscal e Disciplinar, respetivamente. Por outro lado, decide não concorrer ao Conselho Superior, onde não conseguiu eleger membros há quatro anos.
“Num esforço de canalizar todas as minhas energias para a formação de uma lista para a direção, considerei não concorrer ao Conselho Superior. Além disso, os resultados apresentados por este Conselho – que é um órgão meramente consultivo -, na Assembleia Geral foram desapontantes. No fim, só permitiu o adiamento das eleições, todas as outras propostas foram rejeitadas”, esclarece.
Durante a sessão do dia 13 de novembro de 2023, no Pavilhão Dragão Arena, registaram-se distúrbios que levaram o FC Porto a suspender três associados, enquanto 12 pessoas foram detidas como parte da Operation Pretoriano. Entre os detidos estavam dois funcionários do clube e o líder da claque Super Dragões, Fernando Madureira, que permanece em detenção preventiva.
Numa reação imediata às detenções, no dia seguinte, Nuno Lobo convocou uma reunião urgente para solicitar ao presidente da Mesa da Assembleia Geral, José Lourenço Pinto, o adiamento das eleições, em virtude da “instabilidade interna e externa”.
“Preservo a minha opinião inicial. Talvez pressentisse que esta situação pudesse ocorrer: [a campanha eleitoral] parece um lavar de roupa suja todos os dias. Fiz a proposta e enviei um e-mail a perguntar se poderíamos reunir e marcar as eleições para depois do fim do campeonato, mas não recebi uma resposta do presidente e de André Villas-Boas”, concluiu.