Candidato diz que conquista de título será “o sustentar de uma liderança nova”
André Villas-Boas, em campanha no Museu Municipal de Penafiel, fez uma avaliação do cenário desportivo do FC Porto. “Temos uma grande responsabilidade imediatamente que é a desportiva. Ou seja, nós somos um clube vencedor, habituado a ganhar e temos grande esperança que o FC Porto ainda possa considerar-se e lutar pelo título este ano, mas no próximo ano é uma obrigação imediata”, começou por dizer.
“Portanto, a minha perspetiva sob o ponto de vista desportivo é que a transição para a parte desportiva se faça da forma mais suave. E para que isso aconteça da forma mais suave é preciso uma direção desportiva de topo, uma direção de scouting de topo, uma direção de formação de topo, onde tudo se unifica e onde sobre a parte desportiva estaremos bem entregues no ponto de vista da gestão. Ou seja, nós temos uma obrigação imediata de sermos campeões no primeiro ano”, apontou.
“A qualificação para o Liga dos Campeões é de primordial importância atualmente para a sustentabilidade dos clubes de futebol. E o FC Porto como clube vencedor tem essa obrigatoriedade sempre. Isso só acontece quando no topo, na parte da gestão diária, executiva e desportiva, estão pessoas de nomeada, reconhecidas no mercado, com grandes valências e é aí que eu quero que esse processo aconteça de uma forma mais suave”, acrescentou.
“Uma coisa é certa, será obrigatório ser campeão de imediato, será o sustentar de uma liderança nova. Se a nossa candidatura se materializar em vitória, irá haver sempre um respeito único pelo passado, um saudosismo também pelo passado, que nós queremos respeitar e a melhor forma de respeitar e honrar é imediatamente sermos campeões”, concluiu.
“Hipotecámos o futuro”
Olhando à vertente financeira, e no seguimento do que já tinha dito em anterior ação, na casa do FC Porto de Ponte da Barca, André Villas-Boas recordou que serão precisos mais de 10 anos para recompor o FC Porto do ponto de vista financeiro.
“O primeiro desafio será um fluxo de caixa que permita a equipa subsistir, investir no mercado, pagar salários, pagar prémios, que são dificuldades inerentes a um clube de futebol, neste momento como o que o FC Porto se encontra, com 500 milhões de passivo e 310 milhões de dívida financeira, e isso torna-se uma pressão constante sobre o diretor financeiro”, disse.
“Nesse campo eu quis rodear-me dos melhores do mercado, esta candidatura também será um pouco isso, rodear-me das melhores pessoas que estão no mercado, e no exemplo do Pereira da Costa encontrei essa pessoa, que nos dá uma mão com a larga experiência que ele tem em mercados financeiros, na engenharia e na gestão de grandes empresas”, acrescentou.
“Do ponto de vista financeiro, hipotecámos o nosso futuro, principalmente enquanto clube. Estamos numa situação limite, perdemos inúmeros jogadores a custo zero e, infelizmente, isso traduziu-se num passivo acumulado que temos hoje e principalmente nos últimos 10 anos”, atirou Villas-Boas.