Parece que o ar está pesado na cidade Invicta, com André Villas-Boas, o renomado ex-treinador, a expressar desconforto com as ações da atual administração do FC Porto. Durante uma recente sessão que analisou as contas da SAD do FC Porto no primeiro semestre de 2023/24, Villas-Boas questionou a moralidade e a ética das decisões que têm um impacto tão profundo no futuro do clube, tomadas num momento tão crítico.
A SAD do clube viu lucros de 45,285 milhões de euros no primeiro semestre e logrou diminuir os capitais próprios negativos de 175,980 milhões para quase 8,5 milhões. No entanto, Villas-Boas aponta para o facto de que, apesar destes lucros, o clube acrescentou 250 milhões ao seu passivo em 12 anos, alegando que serão necessários mais 12 anos para reestruturar a instituição. Acrescentou que a gestão de jogadores, em especial os provenientes da formação do clube, será crucial para a sustentabilidade financeira a longo prazo.
José Pereira da Costa, a escolha de Villas-Boas para administrador financeiro da SAD, acompanhou o ex-técnico na sessão. Ele veio da NOS e da SportTV, e foi criticado por Pinto da Costa, o actual presidente do FC Porto. Villas-Boas acredita que será necessário vender um ou dois jogadores para estabilizar as finanças da SAD, especialmente após a antecipação das receitas de direitos televisivos do próximo ano e uma possível redução de receitas.
Pereira da Costa mencionou a necessidade de alongar as maturidades da dívida para facilitar a gestão de tesouraria, ilustrando uma estratégia financeira de aumentar receitas e reduzir custos. Contatos iniciais com bancos internacionais apontam para a existência de entidades dispostas a financiar a SAD do FC Porto.
A lista de Villas-Boas gosta de transparência e considerou, por exemplo, a reavaliação do Estádio do Dragão, que aumentou os capitais próprios, uma “operação de cosmética” por não ter impacto nas regras do fair-play financeiro da UEFA.