Candidato à presidência dos dragões garantiu ainda já estar a trabalhar no mercado na sombra
O projeto desportivo também é uma bandeira da candidatura de Villas-Boas à presidência do FC Porto. E este domingo, em Vizela, não deixou de falar do tema.
“Os nossos ativos são os nossos jogadores e são eles que nos vão garantir a sustentabilidade financeira. O dia 27 de abril já vem tarde, depois há 15 dias para a tomada de posse e já vem tarde também. Na sombra já estamos a trabalhar relativamente ao futuro para, depois, podermos operar melhor no mercado”, revelou.
“Temos que ter uma equipa competitiva a lutar pelo título. Sei que vão exigir isso de mim, principalmente no primeiro ano em que tudo vai ser novidade. Tenho de ser capaz disso, com os recursos que tiver à minha disposição. Daí a importância da direção desportiva, do scouting. Não temos que ter medo de chamar o talento precocemente à equipa principal. Há grandes e bons projetos que funcionam assim, sem perder a capacidade competitiva”, considerou o antigo treinador.
“Os talentos são bons e têm marca distinta nele de terem o amor ao FC Porto, esse peso e essa responsabilidade. Tudo isto envolve risco, por vezes choca com projectos desportivos ou com a visão do treinador. Há clubes de futebol onde isto é mais respeitado, seja no Barcelona, no Ajax, no Athletic Bilbao, no Sporting também existe, por culpa da sua boa formação. Ela também existe no FC Porto e tem de haver coragem de a usar. Há talento que demora a entrar, que sente a pressão de jogar pela equipa principal e é aí que entra a gestão desportiva”, rematou André Villas-Boas sobre o tema em questão.
A relação com os empresários de futebol voltou a ser badalada e com novas revelações por parte do candidato.
“Há jogadores que estão a ser obrigados a assinar por determinado agentes, seja para renovar, seja para continuar a jogar. Isso é uma forma de pressão sobre os jovens jogadores. Cada um é livre de escolher o seu empresário. O FC Porto também é livre de pagar as comissões que quer. Uma coisa é passar mandatos exclusivos a determinados agentes para negociar com clubes, algo que o FC Porto não se livra, não tem é que entrar em custos absurdos que depois não dão retorno nenhum quando se vende. O FC Porto deve trabalhar com todos os agentes. No meu FC Porto será tudo exposto no portal da transparência, que não passa de um comunicado mais rigoroso à CMVM a explicar os custos e os investimentos. Quem não tem nada a esconder não tem problema. O que me parece mais evidente é um FC Porto cada vez mais refém de outros interesses e cada vez entra menos dinheiro.”