22-9 / 22-10-2023…
(Quão na vertente religiosa a passagem do 30.º dia de um falecimento tem celebração com uma missa alusiva, também na área da evocação memoranda se assinala como mais uma oportunidade de recordação. Neste caso passando trinta dias no dia 22, domingo, mas vindo a propósito assinalar já na viragem de sexta-feira para sábado, por ter chegado a notícia ao final do dia de sexta e o mundo portista ter sabido no sábado…)
Passa um mês sobre o falecimento do grande “Américo do
Porto”, o Sr. Américo Ferreira Lopes. Secadas as pétalas das flores de homenagens
feitas então, continua ainda e sempre aqui vivo na memória pessoal o meu amigo Sr. Américo, meu
ídolo do mundo portista da minha infância e que pela vida além sempre foi algo
especial na minha admiração.
= Pequeno envelope que continha o convite de Américo, quando
foi à Gala dos Dragões de Ouro, no pavilhão Dragão Caixa, receber o seu “Dragão
de Ouro-Recordação”, em 2017. Autografado por ele, em oferta que me fez. =
Américo foi um caso particular. Bastando dizer que foi por
ele que fui expressamente a três ocasiões especiais, duas boas e todo contente
e outra naturalmente na inversa da disposição. Acontecendo que desde que tive
uns episódios cardíacos não costumo conduzir (ou seja, ir no meu carro, ao volante) em viagens mais ou menos
longas, para sítios mais distantes que a minha área de residência, onde ando
mais à vontade e sem receios de problemas fora de casa ou do que pode acontecer
quando saímos da zona normal. Motivo de não me deslocar mais frequentemente
para encontros, convívios e outros eventos. Mas duma vez que num dos encontros de Portistas, o
chamado “Dia de Clube”, organizado por adeptos portistas, soube que Américo ia estar presente, resolvi mesmo ir e
fui. Como aconteceu então nesse dia 11 de Junho de 2016 (por sinal dia de efeméride
da vitória na Taça de Portugal de 1968), no decorrer do 5.º Dia do Clube,
realizado em Rio Tinto, em que Américo foi alvo de uma merecida e sentida
homenagem, tendo sido figura central no painel “Portismo no Balneário”. E aí
estive, vi-o e ouvi-o, como depois pude conversar com ele e convivemos,
inclusive posamos numa captação fotográfica da praxe para recordação. Depois disso proporcionou-se
nova oportunidade de estar com ele, indo a sua casa visitar seu museu
particular, junto com amigos conhecidos do Dia do Clube e de contactos da
blogosfera portista. Tendo conduzido meu carro até ao estádio do Dragão, como
ponto de encontro, porque depois aproveitei boleia dum desses amigos. Ao passo
que a outra vez em que saí de casa propositadamente por Américo, foi para ir ao
seu funeral. Pois que em idênticas situações, de enterros de outros amigos de
longe, naturalmente pesou a distância e as minhas limitações de saúde. Algo que
até me faz evitar de assistir aos jogos do Porto e preferir saber apenas o
resultado, sabendo quando é golo do Porto por aplicação informática no
telemóvel (como é bom ouvir o toque musical dos nossos golos!). Mas, no caso,
para me despedir do meu amigo senhor Américo tive de ir, até São Paio de
Oleiros, senão ficava lixado cá dentro ainda mais. Embora tendo alterado os
planos do meu filho, que me levou lá, nessa tarde de domingo. Pois podia lá
faltar, então?!
Américo estará sempre no coração Portista que sente em sua
memória uma eterna saudade e constante recordação.
~~~ ***** ~~~
Passa então agora um mês desde o desaparecimento físico de
Américo. Tendo eu no dia seguinte ao falecimento, na tarde desse domingo, ido despedir-me dele. Chegando a estar junto a seu corpo mas sem conseguir olhar, por
o ter nos olhos como o conheci. Participando entretanto na missa de corpo presente e por
fim incorporando-me no funeral. Tendo então estado presente, como não podia
deixar de estar, na despedida terrena do “Américo do Porto” que tanto admirei
no meu portismo mais puro. Havendo assim estado entre a muita gente que esteve
nas cerimónias fúnebres, levando-lhe um último aceno, embora espiritual, como
em criança e jovem tanto gostei de o aplaudir. Por sinal, numa tarde, assim,
como nos tempos em que ele defendia a baliza e os jogos eram de tarde, em tardes
de domingos de futebol.
Então, pude acompanhar o Américo no adeus, em São
Paio de Oleiros. Entre muita gente, como ele merecia ter tantos amigos nessa
hora. Incluindo representações de alguns clubes e instituições da sua região e ligação à vida de Américo, que se fizeram representar com seus estandartes presentes junto à urna na igreja e em acompanhemento no funeral. Havendo eu ido e estado em nome pessoal, naturalmente, bem como estiveram
representantes oficiais do Futebol Clube do Porto que Américo tão bem representou e defendeu. Tendo
contudo faltado uma bandeira do FC Porto, a representar o clube, a massa
associativa e toda a família portista, a
cobrir a urna como é de merecimento protocolar em ocasiões destas e Américo
merecia.
Até sempre, senhor Américo. Descanse em paz, Guarda-redes eterno!
a Américo uma página na sua edição de outubro, precisamente ao lado de uma página
dedicada a outro grande símbolo do clube, o “Bibota” Fernando Gomes. Afiançando
que «Américo tem lugar garantido no museu e nos corações de todos os portistas.
O mítico guarda-redes faleceu aos 90 anos, depois de conquistar a eternidade e
o estatuto de herói aos olhos dos consócios. Foi “Uma luz em tempos de
escuridão” e será eterno.»
Armando Pinto
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