Tendo com a morte de Gyorgy (Jorge) Orth, em 1961/62, ficado Reboredo interinamente no comando da equipa, seguiu-se-lhe no início da época seguinte Jeno (Eugénio) Kalmar… também referido por Janos, em 1962, para a época de 1962/63.
Porto a 8 de julho um novo treinador, de nome Kalmar. Então, pouco mais de meio
ano após a morte inesperada de Gyorgy Orth, o FC Porto contratou um novo
treinador magiar. Antes de chegar à Invicta, Janos Kalmár já tinha sido quatro
vezes campeão húngaro e passado pela Liga Espanhola, ao serviço do Sevilha e do
Granada. No banco azul e branco conduziu os portistas a uma das melhores
temporadas do longo jejum de 19 anos, mas um arranque tremido na época seguinte
viria a ditar a sua substituição por Otto Glória, que também não teve resultados
importantes (sendo esses tempos federativos do sistema BSB, havendo o mesmo brasileiro Otto tido sucesso antes e depois nos clubes de Lisboa). Assim, vem a calhar, na lembrança de Kalmar, algo recordatório, que apraz
evocar.
Corria quente o início de verão de 1963. O tempo de aulas da primária findara por alguns meses e havia começado a fase das férias grandes dessa temporada estival. Começando o bom tempo de brincadeiras entre amigos durante todo o santo dia, que eram todos, decorrendo despreocupadamente tudo sem se dar pelas horas. E num desses dias, sabendo um dos amigalhaços que aqui o autor destas lembranças fazia anos… ofereceu-me um pedaço de jornal com a equipa do FC Porto, em foto recortada dum jornal que lhe havia chegado às mãos. Pois, sabendo ele como eu apreciava e guardava essas coisas, teve a preocupação e atenção de me vir dar. Algo que muito gostei de receber e guardei com muita estima, mantendo comigo anos a fio. Contudo, apesar de ter conseguido manter muitas das preciosidades que fui juntando, esse bocado de jornal por algum motivo extraviou-se anos depois. E com que pena verifiquei essa perda, por desaparecimento, quando me apercebi, por entre alguns objetos que se perderam com as diversas alterações do decorrer dos anos, ao longo da vida.
Ora, há tempos um amigo emprestou-me por algum tempo uma coleção de alguns jornais O Porto, dos primeiros anos da década de 60. E com surpresa, numa bela e agradável surpresa, apareceu-me diante dos olhos, numa das páginas d’ O Porto de 1963, essa gravura. Tratando-se do plantel do FC Porto desse tempo, com os meus primeiros ídolos, o guarda-redes principal grande Américo, o Pinto (Custódio Pinto), o Hernâni, o Azumir, Arcanjo, Carlos Duarte, Virgílio, Perdigão. Estando na equipa também o Serafim que tantas esperanças dava (antes de ter sido vendido pelo presidente Nascimento Cordeiro ao Benfica…) Enquanto estavam a aparecer novos valores como Festa, Nóbrega, Joaquim Jorge, Almeida, Atraca, etc.
Pois então, nesse ano em que eu fizera 9 anos, esses eram os jogadores do plantel do futebol portista. Agora, como nunca mais esqueci aquilo, por quanto adorei a oferta e gostei de ter guardado essa autêntica relíquia de estimação, recordo o facto – na calha da passagem desse aniversário, em que perfaz já uma boa conta de anos tal ocorrência. Tendo tido novamente diante dos olhos a mesma imagem, desta vez em página de jornal emprestado, mas que já nem tenho comigo, apenas guardei a imagem digitalizada. A foto que aqui publico, em atenção a toda a mesma envolvência.
Legenda: Plantel do FC Porto da época de 1962/1963, numa pose de conjunto ao final da mesma época: Em baixo e da esquerda para a direita – Virgílio, Vasconcelos, Festa, Pinto, Carlos Duarte, Mesquita, Carlos Baptista, Atraca e Perdigão; em cima e pela mesma ordem – Rui, Jorge Gomes, Serafim, Azumir, Joaquim Jorge, Almeida, Arcanjo, Paula, Hernâni, Nóbrega e Américo.
Armando Pinto
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