O ciclismo português antes do aparecimento de Adriano
Quintanilha, com equipas fortes na modalidade, andava em agonia no desporto
português. De modo que o público se desinteressara efetivamente desse desporto
das bicicletas de corrida, a pontos dos ciclistas serem praticamente
desconhecidos, poucos sendo os que eram conhecidos sequer de nome de adeptos interessados
no ciclismo, indo longe os tempos de banhos de multidões como anteriormente. Até
que isso foi mudando precisamente com o reforço das equipas da W52, e então
quando houve a junção com o FC Porto aconteceu o grande “boom”, passando a
estar em alta, como se diz, acontecendo um desenvolvimento rápido. Mas causando
estrondo entre invejosos e aziados, entre quem não tinha a modalidade dentro de
seus quadrantes clubísticos. Porque quer se queira quer não, em Portugal é o
mundo dos clubes que move o desporto e é no âmbito e horizonte das preferências
clubísticas que tudo gira. Com os dos clubes da capital a não gostarem que
outros sejam melhores. É a verdade nua e crua.
Pois desde que começou a parceria da W52 com o FC Porto que
a Equipa W52-FC Porto domina o ciclismo português, sem rival nas grandes
competições. Daí que havia que tentar minar isso, ou combater dentro do que
fosse possível aos opositores. Para mais porque o Benfica deixou de ter
ciclismo e enquanto foi o único dos grandes com a modalidade, mesmo assim, não
conseguiu chegar perto do palmarés do FC Porto, que era e é o clube desportivo
português com mais vitórias em Portugal em provas importantes e de regularidade.
E o Sporting deixou fugir a oportunidade de ter a parceria com a estrutura mais
forte, depois de desencontros com Quintanilha, que apesar de ser conhecido como
sportinguista até essa altura, foi tratado com desdém no clube leonino nesses
contactos. Acrescendo que o Sporting se apressou a tentar contrariar o facto
com sua associação à equipa histórica do Tavira, sem contudo ter tido sucesso
em cima das bicicletas e no andamento pelas estradas. Culminando tudo com o que
ocorreu através dos organismos internacionais, sendo por essa via conseguido fazer
alguma coisa. Porque a realidade W52-FC Porto era e é um projeto a abater e a equipa
W52-FC Porto algo que mexe com as invejas e azias dos adversários, desde
dirigentes a público do contra, por assim dizer.
Assim sendo, foi injustamente vítima de tudo isso o ciclista
espanhol Alarcón, a correr com inscrição em Portugal, nas suas participações pela
W52-FC Porto, o qual apresentou recurso sobre a anterior decisão da UCI, mas cujo
protesto não foi atendido nas instâncias do ciclismo, passado muito tempo, ficando por enquanto arredado de provas até
outubro 2023, além de todos os resultados, entre 2015 e 2019, terem sido
anulados, mas ainda não de forma definitiva. Para que assim, caso se concretize a vontade dos homens do poder do ciclismo oficial, o FC Porto perca esses resultados, obviamente, por
decisão arbitrária de quem se colocou do lado dos opositores, é óbvio. Sendo
estranho mesmo como demorou tanto tempo a decidir, o que demonstra que houve
por ali muitas e opostas tomadas de posição e interferências. Porém ainda, repete-se, sem que haja uma decisão judicial definitiva.
O espanhol, que sempre clamou a sua inocência, recorrera ao
TAS (Tribunal Arbitral du Sport), que agora ratificou a decisão do Tribunal Antidopagem da UCI, refutando,
nomeadamente, a alegação de que “há vários fatores que afetam o volume do
plasma e que influenciam os parâmetros hematológicos, que não estão relacionados
com práticas dopantes”.
Decisão então oficial de modo estranho, visto Alarcón nunca
ter acusado positivo em todos os controlos efetuados nos finais das etapas, em
todas as corridas em que participou e foi chamado para ser controlado. Algo que
enfraquece a modalidade, que se revela atrita a influências de bastidores, de
tal modo. Sendo que o passaporte biológico do atleta não mostra “qualquer
anomalia”, como “inadequação na preservação das amostras”,
“falha na cadeia de custódia” das amostras ou “ausência de
qualificação” dos agentes antidoping que recolheram o sangue.
Desta forma Alarcón fica incluído, por ora, no número de ciclistas que
perderam suas vitórias ns Volta a Portugal, dos quais o mais sonante foi
Joaquim Agostinho, por duas vezes, mas esse e outros mesmo por doping. Ao
contrário de agora.
Com esta situação o Portista Amaro Antunes e o então
ciclista do Sporting Joni Brandão, atualmente a vestir a camisola portista,
foram oficiosamente ‘promovidos’ a vencedores das Voltas a Portugal correspondentes a 2017 e
2018, respetivamente. Numa decisão do TAS referente ao recurso do espanhol,
datada de 28 de janeiro, com uma ideia de “muito certamente o uso de um
método proibido, ou seja, transfusão sanguínea”. Sem ser verdadeira, mas
apenas hipotética. Como é explícito na palavra do texto, sabendo-se que em linguagem
escorreita a palavra certamente condiz com possivelmente. Mais, conforme também
aparece no texto oficial, a expressar que “O painel considera que o perfil
[hematológico] do corredor evidencia uma grande possibilidade de manipulação
sanguínea…” Ou seja, apenas possibilidade. Mas decidiram assim, sem certeza.
Com que fins e a pedido de quem e do quê?
Assim, o painel do organismo de ciclismo da UCI rejeita o recurso do ciclista de 36 anos, confirmando a suspensão de quatro
anos imposta pela UCI até 20 de outubro de 2023, e a anulação de todos os
resultados desportivos do ex-corredor da W52-FC Porto entre 28 de julho de
2015, data do primeiro resultado ‘adverso’, e 21 de outubro de 2019, pelo que o
espanhol ‘perde’ as duas Voltas a Portugal conquistadas. Alarcón foi suspenso
pela UCI em 8 de maio de 2021, depois de já ter sido suspenso provisoriamente
em 21 de outubro de 2019.
O espanhol, que sempre clamou a sua inocência, recorreu ao
TAS, mas outros interesses se sobrepuseram, por ora. Mas ainda com possibilidades de reversão…
Isto leva a concluir como há muitos adversários a querer
diminuir a equipa W52-fFC Porto, mas ao mesmo tempo a que todos os que se
sentem se empertiguem mais, quer os ciclistas como toda a estrutura do FC Porto
se sintam, porque quem não se sente não é boa gente. E a equipa W52-FC Porto continuará
a ganhar.
«TUDO ISTO NÃO PASSA DE UMA PALHAÇADA»
CICLISMO 12:13 – Por Fernando Emílio
« Em reação à notícia divulgada na quarta-feira por A BOLA
sobre a ratificação, pelo Tribunal Arbitral do Desporto (Tribunal Arbitral du
Sport – TAS), da suspensão de quatro anos aplicada pelo Tribunal Antidopagem da
UCI ao espanhol c, com efeitos diretos nas classificações das voltas a Portugal
de 2017 e 2018, bem como de outras competições, Adriano Quintanilha,
responsável e patrocinador da equipa do ciclista, a W52-FC Porto, deu conta de
que a decisão já foi contestada, tendo sido apresentado recurso num tribunal
civil na Suíça.
«Por não concordarmos com a decisão do TAS, apresentámos, no
dia 5 deste mês, e através de advogados espanhóis, recurso para o tribunal
civil na Suíça, porque acreditamos nas palavras do corredor que afirma estar
inocente. A primeira decisão que foi tomada pela UCI não nos surpreendeu, por
sabermos como é que as coisas funcionam. É uma situação muito parecida com o
que se passa em Portugal, onde não são divulgados os nomes dos ciclistas que se
encontram suspensos preventivamente pela ADoP [Autoridade Antidopagem de
Portugal]», deu conta, a A BOLA, Adriano Quintanilha.
«O caso de Raul Alarcón tem contornos muito estranhos. Só em
outubro de 2019 comunicaram que apresentava valores anormais no passaporte
biológico referentes a 2017 e 2018. O ciclista não correu a Volta a Portugal de
2019 devido a queda no Grande Prémio Abimota e tomou medicamentos para as
dores, porque fraturou a clavícula, mas tudo foi devidamente declarado. Nesse
ano recebeu o vencimento por inteiro e em 2020 foi apoiado monetariamente e já
existia um acordo para renovar para 2020 e 2021», precisou o empresário do
setor do vestuário.
«É uma perseguição que estão a fazer ao ciclista e à equipa.
Se não confiasse no Raul não estava a apoiá-lo e a gastar dinheiro em recursos.
Só para este último pagámos cerca de 40 mil euros e iremos até às últimas
consequências. Não preciso do ciclismo para nada, todos conhecem a minha vida
profissional, sou pela verdade e pela honestidade, mas não tentem enganar-me.
Tudo isto não passa de uma palhaçada, com alguns senhores sentados nos
cadeirões e nós a pagar. Tenham vergonha e não levantem mais problemas»,
concluiu, crítico, o responsável pela W52-FC Porto, empenhado em fazer chegar o
documento justificativo do recurso ao nosso jornal, bem como o nome da cidade
em cujo tribunal civil foi apresentado, já que pela via desportiva o caso ficou
encerrado. »
Armando Pinto
Este artigo foi originalmente publicado neste site